JUNTAS...
Cristina Fam
As “outras” nem sempre estavam juntas em uma conversa daquelas; falavam de forma muito peculiar, velhaca, murmuravam maledicências contra todos. A mais velha das fofoqueiras, a diplomada em intrigas, regulava a dentadura nas gengivas finas, entre uma palavra e outra. Amiga do ex-peito que não é nem catarro nem soutiens apartou a amizade, que levou anos para construir, em menos de segundos destruiu, meus pêsames madames. Ralada na alma, tem medo da vingança da outra. Bem feito!
Estes dias vai estourar uma bomba; a vila está por um triz; sábado dia de feira sofre a decadência; já não há alegria por parte dos feirantes; real sem valor para as bananas; a moeda tão sumida; as contas penduradas; acreditar em quem? Valores cambiados, o moribundo á caminho da morada eterna; luxúria de perna pro ar; os vícios reprimidos; são as novas cantadas dos velhos ventos dementes; sepulcros caiados; é diadema em cabeça de pato; apetite voraz em tempo de seca; muita fome para pouca comida; terreno minado, espaço apertado, juízo agoniado, ainda que possa parecer tudo certo é chegada a hora.
Rapazes, a cobiça tira o gosto pela vida, é igual à laxante em dia de festa, fede e te obriga a ficar trancado. Comeu ovo, mas não pode tirar ouro nem prata acrisolada. Tudo modificado, deteriorado, envelhecido, enrugados, pregueados nas mangas da justa causa. Nova junta de bois, quem levou tem que devolver, se apanhou não pode ficar, sem lhe pertencer é hora de devolver os vestidos, anáguas e combinações, os homens as ceroulas, os 18 que latem e os que mia, o vidro lapidado, o cristal bizantado, panos de prato, lençóis de vira já virado. Colcha de retalho lembra-se do tempo da simplicidade, água de pote, colchão de capim, banho de cuia, que terror lembrar as sem eira nem beira, é bom saber que o que foi ontem, pode voltar em forma e corpo diferente. Mendiga de longo chora o luxo perdido, se guardou; haverá uns dias de alegria, depois tudo envelhece, diferente de um bom vinho, a roupa desbota, rasga, sai de moda, encurta a elegância.
Descabeladas, desbocadas, juízo apertado pelos bobs, maquiadas desfaçam a verdadeira megera, domada na cólera, vive enclausurada nas loucas teias tecidas com muito zelo e barulho, ouve vozes, gesticula com os amigos invisíveis, quem se atreve a decifrar o passado, presente e o futuro da infeliz. Invejosa, tenta esconder sua ambição, desonesta e mentirosa. A outra companheira fez o que deveria para livrar-se da doida. Pisando descalço chão de luxo é vidro. Esmorece lentamente, hora da despedida, seguirá sozinha, junta impossível; cansou a todos, não deseja partir, sabe que terá de enfrentar a bronca da culpa, atormentada noite e dia, toma seus remédios, mas e a cuca desleal o remédio não cura mentira, vai viajar, lá, não poderá mentir, tem que lavar-se em água corrente, enxaguar com anil. Ainda menina conheceu a mentira, ficou viciada, gosta de enganar as bobas da rua, jovem vende a alma, em nome da velha, que sem morada definida anda a vagar entre um lar e outro. Onde encontrar aconchego para uma alma agoniada, solitária; obediente a velha maldita envenenada de uma loucura sórdida, que usa os poderes, sem resposta para seus anseios, ilude a tola, azedando sem compaixão.
Estes dias vai estourar uma bomba; a vila está por um triz; sábado dia de feira sofre a decadência; já não há alegria por parte dos feirantes; real sem valor para as bananas; a moeda tão sumida; as contas penduradas; acreditar em quem? Valores cambiados, o moribundo á caminho da morada eterna; luxúria de perna pro ar; os vícios reprimidos; são as novas cantadas dos velhos ventos dementes; sepulcros caiados; é diadema em cabeça de pato; apetite voraz em tempo de seca; muita fome para pouca comida; terreno minado, espaço apertado, juízo agoniado, ainda que possa parecer tudo certo é chegada a hora.
Rapazes, a cobiça tira o gosto pela vida, é igual à laxante em dia de festa, fede e te obriga a ficar trancado. Comeu ovo, mas não pode tirar ouro nem prata acrisolada. Tudo modificado, deteriorado, envelhecido, enrugados, pregueados nas mangas da justa causa. Nova junta de bois, quem levou tem que devolver, se apanhou não pode ficar, sem lhe pertencer é hora de devolver os vestidos, anáguas e combinações, os homens as ceroulas, os 18 que latem e os que mia, o vidro lapidado, o cristal bizantado, panos de prato, lençóis de vira já virado. Colcha de retalho lembra-se do tempo da simplicidade, água de pote, colchão de capim, banho de cuia, que terror lembrar as sem eira nem beira, é bom saber que o que foi ontem, pode voltar em forma e corpo diferente. Mendiga de longo chora o luxo perdido, se guardou; haverá uns dias de alegria, depois tudo envelhece, diferente de um bom vinho, a roupa desbota, rasga, sai de moda, encurta a elegância.
A foice derrubará o dragão, que habita em você. Em terra seca, reprimida, a mulher pode viver sem luta, baixe as armas, seja única, pensante. Deixe essa forma feia de pirraça, intrigas, seu estomago dói, cospem fel, já “da lua” só a “minguança” dos dons, tudo perdido, nada bonito, mas, olha a corrente do pescoço mareou, é bijuteria, entregue a inveja, desconfia a própria natureza; lençol de vira para os pés, ponta cabeça, ainda desconhece a vida sem traquejo destrói ninho matrimonial; mastiga infelicidade que por bom tempo de arrumação desvira o lençol; pelo avesso, avessa. Cama fofa da fofoca destrói alcova. Arrelienta, pirracenta, trabalha de dentro, assumi outras personalidades, desconhece a própria natureza faz aposta na partilha, ganhou! Ainda há muito para destruir, falta à vingança maior, cuidado com as palavras que, em momento de ira atingiu sem cuidado. Moça, acorde, caia na real, sua amiga te destruiu, enquanto você não baixar a crista ela vai te consumir, limpe seu coração apague a ira jogue fora as mentiras, ainda há salvação deixe que os mortos enterrem seus mortos. Viva!