07/10/2008

COMEDOR DE PECADO
Cristina Fam
Encontro de homem..., encostado no poste ainda com a lâmpada apagada, passa das 15h00min horas o sol esquenta, sem novidades ainda, todos aguardam o resultado, tanto faz ontem ou hoje a situação é igual. E, se chorar poderá virar sal, salgado ou doce, para ser ignorado.

Chega o velho amigo aquele que deseja ver sua cidade de volta, o primeiro trás no olhar toda a frustração de uma vida amorfa. Olhar de curiosidade sua cortesia é falsa, tenta esconder o medo, adrenalina sustenta sua ira. Grande momento de agonia esconde-se num par de óculos negros, fuzila seu coração com desprezo, sua companheira envelheceu já não pode satisfazer seus desejos, busca a batalha para sentir prazer. Coração deseja a guerra, ignoram seus sentimentos, o tempo é cruel, não perdoa, Deus perdoa sempre, o homem às vezes, a natureza nunca.

Chegam à busca da velha amizade, quando meninos brincavam..., mas, o tempo agora é de outra brincadeira, pode ser a pratica da pirataria, do vandalismo, dos coroneizinhos; quem deixou de brincar na infância de policia e ladrão, índio; hoje faz sua própria guerra, infância reprimida e arrasada, justifica o comportamento bestial de adultos em pé de guerra na cidade. A melhor vitória é aquela por mérito.

Encontros..., oh! Quantos filhos degenerados, degredados e traficantes, esses, aterrorizados, estão perdidos e achados em ódio. Não há derrota maior do que o homem jogado no mundo primitivo, levando inocentes a caminhos tortos e contorcidos, semelhante às angustia sofridas. Homens..., que fazes com vossas vidas e com nossa cidade?

Observam o mundo passando aos pés, sem bilhete para a viagem ficam de fora. Espera a segunda classe, o navio reservou as galés, remem preguiçosos. Devoradores de almas jogam crianças inocentes na marginalidade, estão repetindo o ensinado, assim sempre foi assim sempre será. Nada ficará guardado. Compradores, mercadores, em seus alforjes o pecado do desmantelo. O olhar do “meio homem” é de desespero, teme, distribui ameaças, ainda assim tenta ajustar o relógio, hora passada é estouro de manada.

Único e medonho é hora do parto, contrações, criaram e alimentaram a fera, deveria primeiramente construir a jaula, comeu, devorou. Dormir rei acordar plebeu, tudo isso tem o poder de terminar em tragédia com a força e a natureza. Comedores de pecados, é a morte de sentimentos, acontece todos os dias e toda hora ninguém poderá deter, sem solução resta a moleza daqueles que se deprimem, buscando consolo no copo entre outras coisas para anestesiar a dor da alma, pecados engolidos não poderão ter boa digestão, entalado em seus crimes. Embora tenham errado o alvo, ameaças continuam.