03/11/2008

A LUZ DE CIMA E A DE BAIXO
Espedito Lima
De repente alguém aciona um dispositivo qualquer e elas brilham, clareiam quem e o que está ao seu redor e sob si; iluminam a escuridão, tudo e todos. Elas são as lâmpadas, as luzes, que de longe e muito longe são vistas, de cima e de baixo; por quem sai e por quem chega. Elas sempre estão nos postes, nos carros, nas cidades, nas estradas, nas casas, em fim, em quase todos os lugares e com todos.

Elas não geram para si mesmas, a luminosidade; quem as faz brilhar é a energia, impulsionada ou gerada pelas turbinas das usinas, construídas no percurso dos longos e caudalosos rios e delas partem, em quilômetros e por quilômetros, fios condutores dessa energia. É a engenharia que proporciona a sabedoria da invenção e execução daquilo que é previamente planejado e arquitetado pelo seu maior “artífice” – o homem, imagem e semelhança de Deus, seu Criador. E toda essa luminosidade, esse brilho e o clarear, são ou formam a matéria – a materialidade.

Ele é verdadeiramente a luz que brilha e a luminosidade que cobre, com máxima força, a escuridão do nosso “eu”, do nosso “âmago”, do nosso “ego”. E ele é o caminho que nos leva a conhecê-lo; ele é a verdade que nos alicia e que nos faz calar e calar aqueles que a ouvem, a compreendem e a praticam; ele é a vida que temos conosco e que nos foi dada por ele mesmo, segundo o seu beneplácito desejo.


Jesus é as três coisas: caminho, verdade e vida; e ele é Deus. Ele é a luz que vivifica e que irradia o semblante da existência; que dá ciência, inteligência e sabedoria a quem lhe aprove, a quem lhe ouve e a quem, principalmente, lhe obedece. Tudo posso naquele que me fortalece.

A luz que vem do alto, de cima, é aquela que não depende de manuseio humano, da ação do ser – criatura, mas do ser – Criador; Deus Pai Todo Poderoso. Ele não precisa de poste, de fiação e de que ninguém acione dispositivo algum, pois ele é tudo isso. O único dispositivo que ele usa, é sua vontade e seu poder, além do seu querer, especialmente sobre, com e para aqueles que ele escolhe e os coloca em estado excepcional, privilegiado, os obedientes.

Ele é um estado de coisa abstrata; uma ação não imaginária, simplesmente real, existencial e infinita – eterna, para aqueles que acreditam, que tem uma fé sobrenatural, não a carnal, pois esta nada enxerga, isto é, aquilo que é espiritual. Mas a propulsão Divina é algo que não vai, passa à nossa frente, a exemplo do reflexo de nós mesmos num espelho; é a imagem que se vê e some velozmente; somos, fomos e vamos.

Ele vem até nós como um raio que atinge repentinamente o nosso comportamento psíquico como se fosse um visual que não se consegue enxergar com os olhos do corpo, mas da alma – espírito. Todos nós somos alma vivente e ela é a luz que nos clareia. Vós sois a luz do mundo; palavras de Jesus Cristo. E essa luz não é daqui de baixo, é de lá, de cima, do alto, da dimensão ignorada por muitos e oculta a outros.

Doravante sejamos o centro de sua benevolência, do seu amparo, de sua graça e de seu reinado; o banquete de sua alegria, a esperança do hoje e a certeza do amanhã. É a razão do ser abundante e do filho que almeja o carinho e é envolto pelo suco do amor, a luz maior; é como a caridade que se humilha e a honra que dignifica. É o vício que não peca, o alimento que sustenta o ir e a segurança que leva a força que ergue a luz de cima – Deus e a luz de baixo – suas criaturas, móveis e imóveis. Sejamos luz, sejamos vida, sejamos caminho, sejamos verdade.