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PRAZO PARA RESGATAR PERDAS DO PLANO VERÃO TERMINA EM 31 DE DEZEMBRO

Hoje Sebastião Afonso está aposentado, mas há 19 anos ainda trabalhava. Parte do que ele ganhava tinha destino certo: o futuro dos dois filhos. “Desde aquela época sempre procurei economizar, pensando justamente no futuro. A maior parte foi caderneta de poupança”, ele conta.
Em 1989, o governo lançou o Plano Verão e alterou o índice que corrigia a poupança. A aplicação do seu Sebastião rendeu menos do que deveria. Ele procurou recuperar as perdas na Justiça e ganhou uma causa de R$ 7 mil.
Antes da medida, a caderneta de poupança era corrigida com base no Índice de Preços ao Consumidor, que em janeiro de 1989 registrou uma inflação de 42,72%. Quando o plano entrou em vigor, a regra mudou: a poupança passou a ser corrigida pela Letra Financeira do Tesouro, que naquele mês rendeu 22,35% – quase a metade do IPC. Os bancos passaram a aplicar o novo valor inclusive para os contratos mais antigos, o que tem sido considerado ilegal pela Justiça. Por isso, quem tinha caderneta de poupança antes do dia 15 de janeiro de 1989 tem direito à revisão dos valores.
No final da década de 80, a caderneta de poupança era o investimento preferido pela maioria dos brasileiros. Pouca gente tinha outro tipo de aplicação; por isso, estima-se que milhares de pessoas em todo o país tenham direito a revisão dos valores. A Federação Brasileira dos Bancos calcula que a soma do dinheiro a ser devolvido chega R$ 100 bilhões.
Para entrar na Justiça, o correntista precisa pedir ao banco onde tinha a caderneta de poupança uma cópia dos extratos da época. “Na posse desse documento, a pessoa deve procurar um advogado ou o juizado especial para poder fazer valer o seu direito. A Justiça tem dado ganho de causa ao poupador”, explica o advogado Eduardo Antônio Caram.
Veja como recuperar as perdas do Plano Verão