Collor diz que está "obrando" na cabeça de jornalista
Fonte: ultimosegundo.com.br

“Eu tenho obrado em sua cabeça nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça. Para que alguma graxa possa melhorar seus neurônios. Para ele cair em si e trazer a verdade. Ele é mentiroso e salafrário, alguém que não merece título de jornalista”, disse.
Em termos um pouco mais populares, e segundo o dicionário Aurélio, obrar, além de “construir” e “fabricar”, também significa “defecar”. Se usado neste sentido, Collor trouxe ao plenário do Senado uma velha expressão popular de baixo calão.
As palavras do ex-presidente foram proferidas devido à coluna semanal de Toledo. Ele rebate acusações que Collor fez num discurso na segunda-feira da semana passada, acusando-o de tentar manipular a decisão de um magistrado oferecendo a capa da revista "Veja".
Toledo diz que tudo não passa de uma mentira e que jamais teve poder para oferecer a capa da revista a quem quer que seja. Ele ainda alfineta o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizendo que alguém que tem Collor e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), como defensores não pode se sentir defendido.
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Desde a semana passada que insultos desferidos ou trocados, por ou entre senadores, têm se intensificado na Casa. Na segunda-feira que Collor discutiu com Pedro Simon (PMDB-RS) e fez as primeiras acusações contra Toledo, ele chamou o senador peemedebista de “parlapatão”, que de acordo com Aurélio, significa “mentiroso” e “impostor”.
Na quinta-feira, os senadores Renan Calheiros e Tasso Jereissati(PSDB-CE) apresentaram outro episódio de insultos em plenário. Durante o bate-boca, os parlamentares trocaram ofensas como "cangaceiro de terceira categoria” e “coronel de merda”.
No episódio, Tasso pediu um processo por quebra de decoro parlamentar fosse instituído contra Renan por usar “de expressões descorteses ou insultuosas”, conforme assevera o regimento interno da Casa.
Se levado ao pé da letra, cangaceiro, segundo o Aurélio, significa “bandido do sertão nordestino”, e merda, ainda de acordo com o mesmo dicionário, quer dizer “pessoa insignificante, sem valor ou préstimo”.
Em todos os casos existiria a quebra do decoro parlamentar. Seja por Collor e seu “parlapatão”, por Renan com seu “coronel de merda” ou por Tasso, com seu “cangaceiro de terceira categoria”.