10/11/2010

A batalha da CPMF
Pesquisa: Cristina Fam
O lobby para a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que abocanhava 0,38% sobre as transações bancárias, continua forte em Brasília. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB), a base governista e alguns governadores eleitos estão forçando a volta de mais esse imposto, chamado de contribuição. Sobre isso, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM), que em 2007 votou contra a manutenção da CPMF, explica: “É um absurdo a volta da CPMF. Até porque ela é uma contribuição e o governo não é obrigado a distribuir entre estados e municípios, como acontece com outros impostos”. Segundo o parlamentar, os governadores que pressionam pela volta da contribuição estão se arriscando na pressão a favor do governo federal. Neste caso, Júnior diz que a União só estará devendo um favor aos governadores. “O importante é saber que o povo não quer mais a CPMF, que nada contribui com a Saúde do país”, conclui o senador baiano.

A batalha da CPMF 2

Como Dilma Rousseff (PT) vai assumir com uma grande maioria no Congresso, o risco da volta da contribuição financeira é grande. Aliados de Dilma acham que é importante a cobrança do imposto: “A Saúde precisa de uma fonte de financiamento e um reforço adicional, já que a expectativa de vida do povo brasileiro aumentou muito nos últimos anos”, defende o deputado federal eleito, Rui Costa, do PT da Bahia. Questionado sobre a já enorme carga tributária do brasileiro, Rui afirmou que a volta da CPMF deve ser acompanhada de uma desoneração da carga tributária das empresas que empregam muito no país. “Por isso mesmo, defendo uma reforma tributária urgente no Brasil”, declarou Rui. Com tanta polêmica e diferença de pensamentos, a maior disputa que o governo Dilma terá em seu primeiro ano de governo, se a votação não acontecer ainda neste ano, será em torno da possível volta da CPMF. Resta esperar que a ampla maioria que a presidente tem na Câmara dos Deputados e no Senado vote de acordo com a vontade de quem elegeu os parlamentares e presidente nas eleições: o povo brasileiro.