Fazenda Caritá: Um Tesouro Histórico Que Pertenceu a Jeremoabo"
Fonte: JV PORTAL / JEREMOABO TV
A
Fazenda Caritá localizava-se em Jeremoabo, hoje situada no município de Sítio
do Quinto.
A
partir de agora, vamos mostrar como se encontra, o abandono da fazenda Caritá,
lugar onde Cícero Dantas Martins, o Barão de Jeremoabo nascido em 28 de junho de 1838 tendo
passado sua infância na fazenda. Ali também foi instalado um dos primeiros
engenhos de açúcar do Brasil.
A
fazenda onde o Barão nasceu está em uma área de caatinga preservada, que
possuiu fontes de água naturais e árvores bicentenárias como pés de manga,
bananeiras, coqueiros, cacau e outras como podemos observar até hoje.
Do
antigo engenho, restam equipamentos que eram movidos por escravos e bois para a
produção de açúcar e rapadura. Assinala que ele conserva a almanjarra e o forno
com quatro tachos.
O Barão de Jeremoabo faleceu em 27 de outubro de 1903, tendo sido sepultado na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom
Conselho, na Cidade de Bom Conselho (Atual Cícero Dantas-BA).
Na
fazenda Caritá, houve o funcionamento da mão de obra de empregados e escravos.
Na fazenda, foi espaço de muitas festas, encontros de amigos e políticos. O
Barão, viajava muito por toda a Bahia. O mesmo, teve grande influência quando
veio a primeira expedição para combater os jagunços de Canudos de Antônio
Conselheiro. O Barão era muito inteligente, tendo o mesmo aconselhado, a
Antônio Conselheiro a desistir de um combate. Pois naquela época, existia uma
transição no império da Bahia e a República.
A
fazenda de Cícero, o Barão, foi vendida, posteriormente, para o Coronel João Sá,
pecuarista, que foi Deputado Estadual e Ex-Prefeito de Jeremoabo. Deve-se
ressaltar, que da Fazenda Caritá já de posse do Cel João Sá, a mesma foi palco
no cenário político, municipal, estadual e brasileiro. Várias decisões foram
tomadas em conjunto com às classes políticas existentes na época.
Foi de lá
que fugiu o velho Quinto escravo responsável pela fundação da cidade de Sítio
do Quinto. O velho Quinto como assim era chamado recebeu esse nome porque
segundos os historiadores os escravos eram tratados por números e não por nomes
como na atualidade. Segundo eles após a lei áurea o velho quinto formou um
sitio nas proximidades da fazenda e todos o chamavam Sitio do Quinto. Como o sitio do quinto foi evoluindo assim se
formou o nome da cidade que foi desmembrada de Jeremoabo em 13 de junho de 1989.
O local, poderia ter se tornado
em ponto de visitação para as escolas, comunidade e atração turística, onde se
podia fazer trilhas, deslumbrar das belas serras e nascentes existentes na
propriedade. No entanto, nenhum político deu a mínima atenção para esta riqueza
cultural e histórica do município.
A Fazenda Caritá, o imponente Mercado Municipal que existia na Praça Cel Antônio Lourenço, a Mansão da Família Sá, a Primeira Casa de Jeremoabo pertencente à família Almeida, os Cajueiros, a Lavanderia Pública, os resquícios da Igreja de N. Senhora de Vila de Brotas no fundo do Hospital Municipal de Jeremoabo, as Festas Religiosas como o Tríduo de São Sebastião, Coração de Jesus, Mês de Maria, N. Senhora do Carmo, o Natal da Praça Cel Antônio Lourenço, o Catecismo aos Domingos, Tapetes em Praças Públicas dia de Corpus Christi, Pedra Furada, totalmente assoreada, sem a mínima conservação, o Rio Vaza Barris, em uma boa parte totalmente poluído, pedindo socorro não banha mais várias localidades, a Fonte da Tapera necessitando de conservação, as Olarias, o Mirante da Serra da Santa Cruz danificado sem iluminação até hoje, os Festejos Culturais como o Pastoril, Bumba Meu Boi, Peças Teatrais, Sede dos Artesãos, Festejo Santa Luzia no Bairro José Nolasco, antes, promovida pelo nosso saudoso amigo Cacheado, Carnaval, Réveillon, Lavagem da Goela da Ema, o Clube da AABB, o Clube D.A.R., as Boites (boates), Festa de Comemoração Aniversário da Cidade (06/07) as Fogueiras no São João, o Cortejo do Ramo no Novenário de São João, Alvorada de Grupos Alternativos na abertura dos festejos juninos, Alvorada do Mastro, Queima do Judas no Sábado de Aleluia, Festa no Mercado Municipal, Serviço de Alto-Falante, Casamento Matuto tradicional, esse virou um cenário político, sem deixar de falar do Projeto Trongoxó, no qual foi criado a Domingueiras pela a Platina Eventos, Bandas Musicais da Cidade, Filarmônica 24 de Junho necessitando de ajuda e reforma em sua sede, tudo isso, inexistente, podendo outros, vir na iminência de deixar de existir.
É hora de refletir o valor dos compromissos, sobre a importância cultural como um todo, o respeito de preservar a história de uma cidade ou mesmo de um povo. É uma chamada para ação, para salvar o que resta de nossa história e recuperar o espírito de preservação que sempre caracterizou Jeremoabo.
Diletos leitores e seguidores da JEREMOABO TV. Sinto vergonha e tristeza, pelo o descaso com a falta de existência do nosso PATRIMÔNIO HISTÓRICO. Hoje a Fazenda Caritá, já não nos pertence. Cidade sem HISTÓRIA é cidade morta. Triste realidade. A pergunta que não nos deixa calar. Por onde andavam as autoridades constituídas em nosso Município a tempos atrás?.
A inoperância como também a falta de conhecimento, de apoio e visão em qualquer pasta pública, pode trazer sérios prejuízos para qualquer município que tenha sido castrado de atuar nas áreas do turismo e principalmente da cultura. Jeremoabo tem sofrido e pago um preço muito alto pela a omissão e desprezo pelo seu patrimônio histórico.
Mas, é como diz o ditado " Enverga Mais Não Quebra".
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