Fernanda Brambilla
Enviada especial do UOL Notícias
Em Washington (EUA)
Dia histórico: jornais de todo o mundo dão destaque para a posse de Obama nesta terça-feira
Estima-se que a participação do público baterá todos os recordes devido à forte identificação de americanos de diversas classes políticas com o novo presidente. Uma pesquisa divulgada pelo jornal "Washington Post" e conjunto com a rede de TV "ABC" aponta que 62% dos republicanos têm planos de acompanhar a posse, ao lado de 90% dos democratas (a pesquisa foi feita por celular com 1.079 adultos).
De acordo com outro levantamento, da rede "CNN", 6 em cada 10 republicanos alegaram que a ocasião deixou o âmbito político para se tornar uma celebração de apoiadores de Obama, mas o mesmo número entre todos os americanos, 6 em 10, acredita que o evento é "uma celebração de todos os cidadãos por verem a democracia em ação." Na posse de George W. Bush, em 2001, apenas 25% do público pensava assim.
Em seu dia de despedida, Bush almoçará com Obama antes de deixar de vez residência oficial. Ao lado da mulher Laura, Bush seguirá de helicóptero para seu rancho no Texas.
Oito anos após sofrer o pior atentado de sua história - o ataque às torres gêmeas do World Trade Center em 11/09/01 -, os norte-americanos comprovam hoje que amadureceram em questões como a discriminação racial, o medo do terrorismo e a crença no poder militar, para darem início ao que esperam ser uma nova era sob a liderança de Barack Hussein Obama.
Um político inexperiente, de 47 anos, recém-saído de seu primeiro mandato como senador. O filho de uma norte-americana do Kansas com um queniano inicialmente não parecia ser páreo para a senadora e ex-primeira-dama Hillary Clinton, favorita para a candidatura democrata.
A vitória acirrada o projetou internacionalmente, e sua campanha logo o pôs sob os holofotes na imprensa mundial. Em julho de 2008, Obama fez um discurso na Alemanha que reuniu mais de 200 mil pessoas. Com palavras de mudança, rejeitando com veemência a doutrina Bush e condenando a guerra do Iraque, Obama ganhou o mundo e os EUA, derrotando o candidato republicano herói da Guerra do Vietnã, senador John McCain, levando seu partido de volta ao poder após oito anos.
Agora, as expectativas são altas: recuperar a imagem dos Estados Unidos frente à comunidade internacional, aliviar uma crise econômica comparada à depressão de 1929 e melhorar a auto-estima de seus cidadãos.