26/01/2008

“A RESPEITO DO DEVER”
Cristina Fam
Robert E. Lee

Robert Lee (1807-1870) escreveu esta carta a seu filho G. W. Custis Lee, que estava no colégio interno.

Estude e seja franco: a fraqueza é filha da coragem e da honestidade. Diga o que pretende fazer em todas as ocasiões e se certifique de fazer o que é correto. Se um amigo pedir um favor, faça, se for razoável; se não for, explique simplesmente por que não vai fazer; você estará enganando a ele e a si mesmo se alegar pretextos de qualquer natureza. Não faça incorreto para ganhar ou manter uma amizade; quem pedir para fazê-lo está pronto a se vender, e o preço é um sacrifício muito caro. Tenha uma atitude gentil, porém firme com todos os seus colegas; você verá que é a melhor política. Acima de tudo, não tente parecer o que não é. Se tem queixa de alguém, fale com ele e não com os outros; nada é mais perigoso do que ser uma coisa na frente de alguém e outra pelas costas. Devemos viver, agir e falar sem jamais ofender ou ferir outra pessoa. Não só é melhor, por uma questão de princípios, mas por ser o caminho da paz e da honra.
A respeito do dever, quero, concluindo esta carta apressada, informar a você que, cerca de cem anos atrás, houve um dia de inesquecível escuridão e tristeza – até hoje conhecido como o “dia negro”-, um dia em que a luz do sol se extinguiu aos poucos, como num eclipse. A assembléia de Connecticut estava em sessão, e, quando os participantes viram chegar a escuridão inesperada e inexplicável, foram tomados de espanto e terror. Muitos pensaram que era chegado o último dia – o dia do juízo final. Na aflição daquele momento, alguém propôs um recesso. Mas Davenport, um velho puritano de Stanford, levantou-se para dizer que, se o dia do juízo final havia chegado, ele queria ser encontrado em seu lugar, cumprindo seu dever, e propôs que mandassem trazer velas para prosseguir com a sessão. Esse homem tinha tranqüilidade, a tranqüilidade da sabedoria celeste e da inflexível vontade para obedecer ao dever de cada momento. Dever é, pois, a mais sublime palavra da nossa língua. Cumpra seus deveres como o velho puritano. Você não pode fazer mais que isso e não deve jamais desejar fazer menos. Não permita que eu e sua mãe tenhamos um só fio de cabelo branco por qualquer falha de sua parte no cumprimento do dever.