11/04/2008

OS GUARDIÃES
Cristina Fam
Era uma vez um planeta. O último planeta no último Sistema Solar da última Galáxia do último dos Universos.
Seus habitantes – os “homens” – sentiam-se orgulhosos.
Não fora em vão que o Filho de Deus havia descido sobre este planeta, convivendo com seus povos por mais de trinta anos.
Não foi em vão que seu mundo fora cenário do desconcertante prodígio de sua ressurreição do mundo dos mortos.
Não fora em vão que os homens haviam aprendido a voar.
E em poucas horas atravessaram todos os continentes e oceanos.
Não fora em vão que haviam conseguido sair do próprio planeta e pisar seu único satélite natural, que chamam lua.
Os homens daquele mundo, sim, eles tinham orgulho de sua tecnologia e de seu progresso.
Haviam descoberto a estrutura da matéria mais essencial. E dominaram as chuvas e os ventos.
Máquinas excepcionais, denominadas “computadores”, decifraram novos enigmas e, desse modo, conheceram a grandiosidade do Universo que habitavam.
Intentaram alcançar as profundidades mais negras dos oceanos e novas cidades nasceram no espaço. Os homens daquele planeta empreenderam a descomunal aventura da conquista de seu Sistema Solar.
E, num dia histórico, os homens daquele planeta deixaram para trás seu Sistema e conheceram as profundezas de sua galáxia.
Entretanto, outros “homens” como eles – eternos habitantes daquele Universo – interceptaram-lhes o caminho.
Eram seres aparentemente iguais. E os homens do último planeta do último Sistema Solar da última Galáxia do último dos Universos perguntaram-se por quê:
- Qual a razão – perguntaram aos guardiães da galáxia – que nos impede de avançar?
Os habitantes daquele universo explicaram aos exploradores que as Leis Cósmicas Universais indicavam como único caminho para a integração no Cosmo “o caminho do próprio Espírito”.
Fazia-se necessário voltar atrás. Regressar ao velho mundo e advertir os homens orgulhosos que o povoavam de que tudo fora em vão.
Urgia começar de novo. E desta vez, através de pesquisa, do estudo e do conhecimento de cada Espírito.
Segundo o “guardiães” do Espaço, “apenas através da conquista e do conhecimento de cada coração é possível alcançar outros mundos”.

A Providência deseja ver a evolução tecnológica acelerada acompanhada da evolução igualmente acelerada de tudo que se refere à vida moral.

WERNER VON BRAUN