27/07/2008

ATEÍSMO
Flavio Fam
Reflexões sobre o Ateísmo e outras crenças


É sabido que carregamos para nossa vida adulta reflexos de nossa vida familiar. Acabamos por reproduzir cenas vividas na infância em nossa vida adulta, o que é chamado pela psicanálise de “repetição”.
Penso bastante sobre as pessoas atéias e no por que dessa escolha. Sobre suas implicações na vida cotidiana e além. Se perguntares a um ateu o motivo de sua descrença, é provável que ele responda que essa é uma atitude madura, reflexiva, ou evoluída do pensamento humano. No seu pensamento bem elaborado, com estágios bem definidos, o homem sai do pensamento mítico-religioso, um estágio imaturo e/ou irreflexivo, para um estágio mais evoluído, racional.
Esse modelo “racional” coloca o homem no centro do universo. Dá a ele poderes sobre o seu próprio destino, responsabilidade sobre seus atos e compromisso com uma Ética mais elevada.
Seus pensamentos sobre as pessoas que se voltam para o “Divino”, são preconceituosos. Este vê o cristão como alguém descomprometido com o seu futuro, que coloca nas mãos de Deus toda a responsabilidade sobre a sua vida e esperam sentadas por um milagre. Soluções mágicas para seus problemas e conflitos, dos quais nada tem que se fazer, a não ser orar e esperar.
Como disse anteriormente, essa é uma visão preconceituosa e infantil sobre o significado real do que vem a ser um cristão. Essas pessoas não estão interessadas em conhecer esse meio de vida, mas criticam e se mantêm afastadas.
Não me surpreenderá se ao traçarmos um perfil sobre os Ateus e praticantes de outras crenças, encontremos pessoas que cresceram na presença de pais extremamente castradores ou do outro lado, pais ausentes e descompromissados com a criação e educação de seus filhos. Ou quem sabe até praticantes ávidos de alguma religião.
Esse comportamento é inconscientemente repetido por eles em suas relações adultas e também para com Deus. Muitas vezes são pessoas frias, amarguradas, com um senso muito cruel de Justiça. Imaginam um Deus carrasco e perseguidor, ou ausente e desinteressado, que não escuta as preces dos que o buscam. Essas pessoas podem estar enxergando Deus como uma projeção de seus próprios pais, da imagem que estes guardaram deles.

Lembre-se que, na cruz, Jesus não virou para o ladrão arrependido e disse que ele deveria sofrer para pagar seus pecados. Mas em seu infinito amor, incapaz de ser compreendido pela mente humana, disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. (Lucas 23.43)
Por que me arriscar a buscar um Deus que pode não se interessar por mim e até me abandonar quando mais preciso? Por que viver temendo seus castigos? É melhor negá-lo e viver sem contar com ele, nem correr o risco dele me decepcionar.
Isso sim é um pensamento INFANTIL e regressivo. O cristão verdadeiro, não deve orar para que Deus resolva todos os seus problemas, mas deve buscar soluções cristãs para tudo. Suas ações devem resplandecer o amor de Deus, demonstrando o compromisso deste com Deus e seus ensinamentos.
O cristianismo mais que tudo é um meio de vida onde se coloca no mais alto grau de importância o Amor. Pois Deus é amor. Tiago 2.17 nos adverte “assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”. E 1 João arremata em 3.18 “Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade”. Em 4.12 “Ninguém jamais viu a Deus; e nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado”. E Em 4.20-21 “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão”.
Certa vez me questionaram sobre a verdade bíblica e me disseram que esta era uma forma de legitimar o poder. O povo escolhido por Deus, o favorito, para dominar os demais povos. Respondo com Marcos 9.35, resposta dada por Jesus aos discípulos quando discutiam quem deles seria o maior: “se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos”.
Assim como na carta de Judas, advirto-os que não busquem formas de justificar seus erros e permanecer em pecado, mas busquem a face do senhor, deixem seu poder transformar suas vidas através da mudança de seus corações e consequentemente o seu meio de viver no mundo.

Para terminar trago o texto na integra de Judas 1.17-25 “Mas vós, amados, lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo; os quais vos diziam: Nos últimos tempos haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que causam divisões; são sensuais, e não têm o Espírito. Mas vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna. E apiedai-vos de alguns que estão na dúvida, e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor, abominação até a túnica manchada pela carne. Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculada e jubilosa, ao único Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para todo o sempre. Amém”.