26/09/2008

MITOMANÍACO
Cristina Fam

A mitomania é a tendência mórbida para a mentira. Normalmente, as mentiras dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos. Mentirosos compulsivos. Justamente pelos mitômanos nao possuírem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e prácticos, diferentemente daquele que mente em qualquer ocasião.

Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas, vistas que sofrem do mal como realidade.

Desse ponto de vista, podemos dizer que o discurso do mitômano é muito diferente daquele do mentiroso ou do fraudador, que tem finalidade prática. Para estes, o objetivo não é a mentira, sendo esta apenas um meio para outros fins. Contam histórias ao mesmo tempo que acreditam nelas. É também uma forma de consolo.

Esse distúrbio tem origem na supervalorização de suas crenças em função da angústia subjacente. Muitas vezes as mesmas se apresentam unidas à angústia profunda, depressão e pós depressão.

De um lado, o mitômano sempre sabe no fundo que o que ele diz é totalmente verdadeiro. Mas ele também sabe que isso deve ser verdadeiro para que lhe garanta um equilíbrio interior suficiente. Em determinado momento, o sujeito prefere acreditar em sua realidade mais que na realidade objetiva exterior. Ele tem necessidade de contar essa história para se sentir tranquilizado e de acordo consigo mesmo.

A etiqueta da mentira é bastante preocupada com as questões da mentira, atribuição da culpa e hipocrisia – coisas que com frequência são menoprezadas na ética mas de grande utilidade na sociedade.

Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um pecado em muitas religiões.

Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Minístro da Propaganda Alemã Josefh Goebbels no Terceiro Reich.

Atribuída erroneamente com frequência a Josefh Goebbels, a muito citada “Teoria da Grande Mentira” parece na verdade ter sido a explicação de Adolf Hitler para como as pessoas vieram a acreditar que a Alemanha havia perdido a Primeira Guerra Mundial na linha de frente – uma “grande mentira” que Hitler atribuiu a influência judaica na imprensa.

A noção de Grande Mentira como ferramenta de propaganda ideológica tem mais frequentemente sido usada para se referir a crença de que uma mentira, repetida com frequência e berrada alto o suficiente, ignorando todas e quaisquer declarações que desmascaram a mentira, irá com o tempo ser acreditada pelas massas.

A técnica da Grande Mentira refere-se a tentativas por propagandistas de usarem uma repetição enfática frequente de uma mentira como meio para fazer as pessoas acreditarem nela. Isso é com certeza uma técnica de propaganda que os nazistas usaram repetidas vezes. Não é de forma alguma única aos nazistas ou a sistemas totalitários, visto que podemos observar vários empregos dessa técnica mesmo hoje na política moderna.