24/11/2008

O AMOR NÃO É PECADO; É “CAPITAL”
Espedito Lima
Desde os mais remotos tempos, logo a partir do momento que Deus criou tudo e todos e com especialidade o ser humano, o homem; viu ele a necessidade do varão ter uma companheira, coadjutora, a mulher. E, entre esses e outros motivos, ele os uniu para que, também, eles se amassem; homem e mulher, claro.

Além de Adão e Eva, posteriormente se destacaram nesse aspecto, as matriarcas: Sara, Rebeca e Raquel – as santas mulheres, esposas de Abraão, Isaac e Jacó, os principais patriarcas, segundo a hierarquia familiar traçada pelos desígnios de Deus. O amor era tão evidentemente e com plena sinceridade e respeito, que todas elas tratavam seus esposos como amo – patrão, o que significa dizer e equivaleria à submissão da mulher ao homem, não no sentido pejorativo, mas no que diz respeito a um amor cheio de pureza e até mesmo de servidão – um ao outro.

Depois desses homens e dessas mulheres; esposos/esposas surgiu uma figura de extrema riqueza e sabedoria, a ponto de surpreender seu Criador, o rei Salomão; a começar pela maneira de amar, pois suas mulheres e concubinas eram por demais cantadas e decantadas, às quais dedicava um esplêndido amor e por elas correspondido, evidentemente.

Ele as poetizava, enquanto que elas rimavam com os mais singelos gestos de carinho e orgulho por tê-lo como um varão fiel, rico sentimentalmente também e, além do mais, um bravo escravo dos deleites amorosos, de forma tão sublime que o próprio Deus permitiu o seu concubinismo, sem considerá-lo um adúltero nem elas, adúlteras, muito menos a instituição do adultério. Por isso, que ninguém saia por aí saltando cerca, paredes e muros, nada a ver. Conheça com profundidade a Palavra Divina e verás com muito mais detalhe esse fato e outros semelhantes ou as razões pelas quais Deus permitiu tal situação.

Mas, houve também cidadãos que amargaram com o fel infiltrado no amor e se destruíram sentimentalmente, não por ações que contribuíssem para tanto, porém ai, sim, pela malícia do desafeto cruel e pragmático da varoa, Sansão e Herodes (Dalia/Herodiades). O primeiro, através ou por causa de sua cabeleira; enquanto que o segundo, por um laço sanguíneo. A vaidade penetrou no coração delas, suas mulheres e, por isso, elas se auto escravizaram e começaram a conquistar um título nada recomendável – a vulnerabilidade/vulgaridade, para não se traduzir, tropeço ou ainda no verbo comum - traição.

Foi daí, que se iniciou o ciclo de descontrolado apego, respeito, admiração, carinho, dedicação, compreensão; o puro e sincero amor simplesmente passou a ser um mero acordo temporário, sem a necessidade de um documento oficial que pudesse exemplificar uma união alicerçada, pautada na consciência da razão entre homem e mulher, esquecendo-se ambos que Deus, já nos tempos antigos, houvera dito: Aquilo que Deus uniu, não separe o homem e isso ele estava referindo-se com exclusividade ao matrimônio, ao amor, por força de uma união perfeita, duradora e respeitosa, não por um inconseqüente acordo comercial, uni/bilateral.

Foi-se o amor, foi-se a razão de uma união sólida, para formar, constituir e construir uma família modelar, cujos pilares haveriam de ser erguidos com a base sólida da compreensão, do respeito mútuo, consideração e, acima de tudo, a coragem de entrelaçarem um ao outro, homem e mulher, adentrando no âmago dos ideais que os fixassem como obra inabalável e formosa aos olhos de Deus e da sociedade. A pretexto, a sociedade hoje, é a co-responsável pelo sinistro causado à união amorosa e destituição da existência familiar.

O certo é que o amor jamais foi taxado como pecado e jamais se atribuiu a ele culpabilidade de um crime praticável e condenável, após e um julgamento fatal. E o prazer de amar, nunca se tornou um holocausto fatídico que substituísse a salvação para os que amam. Todavia, a mercantilização do amor, o tornou sacrifício indispensável para, em certos casos, sobreviver a uma mentira sentimental insólita e de insignificância irredutível aos prazeres reais e legítimos de uma união sólida, justa e abençoada.

Ele vive hoje, o amor, como se fosse uma mercadoria leiloada por qualquer preço, ou qualquer pessoa e aceita por qualquer bagatela; ou ainda, algo que o capital domina, o lança no mercado cognominado – quem dá mais e seu empresário maior, é a publicidade de um galanteio mesquinho, pré-fabricado, arquitetado por ficção precoce e encenado como uma peça irreal em um teatro que tem sobre si, a inimizade de ilusão e um forte vínculo que se denomina apenas – ficar-ficou/fiquei. Esta é a expressão mais usada nos nossos dias, aplicada a um mero “amorico”; o sentimento já foi e a essência do amor, encontra-se totalmente em extinção.

É o capital sim, que o vence, que o ultraja e que fulmina a existência de uma perfeita peça de galanteio natural. Ele deve ser uma arte e esta ninguém deve desprezá-la, muito menos abdicá-la como se fosse um reinado que tende ser deteriorado por inimigos que, a qualquer custo, deseja destronar aquele que foi constituído o supremo mandatário de sua nação. Ele deve ser uma conquista soberana e legítima de uma batalha fincada na fidelidade e na autenticidade do querer e do senti; do se dar e se doar; se ter e não soltar; ser ela dele e ele dela – homem e mulher, mulher e homem.

Ele não peca, porque é puro, o verdadeiro; mas ele é capital, porque o negociam, o trocam, o vendem. Ele é egoísmo, é vaidade, rancor, paixão, medo, decepção, crueldade, frustração; é recolhimento, é ociosidade, omissão, rejeição. Ele nunca deve ser esquecido, mas sim, lembrado; nunca ocultado, porém, mostrado; nunca parcial, mas, sempre total; nunca abortado, mas nascido plenamente; nunca rejeitado, sempre criado; nunca infiel, mas sempre vinculado à fidelidade. AMEMOS E NÃO DESTRUAMOS O VERDADEIRO AMOR. NÃO O TRANSFORMEM NUM PECADO NEM O CAPITALIZEM.