11/08/2009

Collor diz que está "obrando" na cabeça de jornalista
Fonte: ultimosegundo.com.br
BRASÍLIA - O senador Fernando Collor (PTB-AL) disse nesta segunda-feira que está “obrando” na cabeça do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, da revista "Veja", a quem acusa de ter ido ao gabinete do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em 1992, e ter oferecido a capa da publicação caso o magistrado condenasse o então presidente da República durante o processo de seu impeachment.

“Eu tenho obrado em sua cabeça nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça. Para que alguma graxa possa melhorar seus neurônios. Para ele cair em si e trazer a verdade. Ele é mentiroso e salafrário, alguém que não merece título de jornalista”, disse.

Em termos um pouco mais populares, e segundo o dicionário Aurélio, obrar, além de “construir” e “fabricar”, também significa “defecar”. Se usado neste sentido, Collor trouxe ao plenário do Senado uma velha expressão popular de baixo calão.

As palavras do ex-presidente foram proferidas devido à coluna semanal de Toledo. Ele rebate acusações que Collor fez num discurso na segunda-feira da semana passada, acusando-o de tentar manipular a decisão de um magistrado oferecendo a capa da revista "Veja".

Toledo diz que tudo não passa de uma mentira e que jamais teve poder para oferecer a capa da revista a quem quer que seja. Ele ainda alfineta o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dizendo que alguém que tem Collor e o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), como defensores não pode se sentir defendido.

Moda

Desde a semana passada que insultos desferidos ou trocados, por ou entre senadores, têm se intensificado na Casa. Na segunda-feira que Collor discutiu com Pedro Simon (PMDB-RS) e fez as primeiras acusações contra Toledo, ele chamou o senador peemedebista de “parlapatão”, que de acordo com Aurélio, significa “mentiroso” e “impostor”.

Na quinta-feira, os senadores Renan Calheiros e Tasso Jereissati(PSDB-CE) apresentaram outro episódio de insultos em plenário. Durante o bate-boca, os parlamentares trocaram ofensas como "cangaceiro de terceira categoria” e “coronel de merda”.

No episódio, Tasso pediu um processo por quebra de decoro parlamentar fosse instituído contra Renan por usar “de expressões descorteses ou insultuosas”, conforme assevera o regimento interno da Casa.

Se levado ao pé da letra, cangaceiro, segundo o Aurélio, significa “bandido do sertão nordestino”, e merda, ainda de acordo com o mesmo dicionário, quer dizer “pessoa insignificante, sem valor ou préstimo”.

Em todos os casos existiria a quebra do decoro parlamentar. Seja por Collor e seu “parlapatão”, por Renan com seu “coronel de merda” ou por Tasso, com seu “cangaceiro de terceira categoria”.