Sofismas do mau caratismo
Por Francisco Assis Melo
Fotos: Crédito de divulgação (internet)
Fotos: Crédito de divulgação (internet)
O pragmatismo é um conceito filosófico que preconiza que o sentido de tudo está na utilidade do que possa gerar. O pragmático vive pela lógica de que as coisas e os atos devem servir à solução imediata de seus problemas.
A verdade relativa, tomada por base no que se está vivendo ou necessitando no momento, na qual não há preocupações com os princípios de certo e errado, resume o que seja pragmatismo.
Estas considerações vem a despeito do uso amiúde desta palavra visto nos últimos dias, sofismando o mau caratismo de muitos que no passado estiveram em trincheiras políticas diferentes, defendo ideologias radicalmente contrárias e que hoje se unem “pragmaticamente” em defesa de interesses mais elevados. Os próprios, evidentemente.
Os mais notáveis dos ilustres pragmáticos da atualidade são o presidente Lula e os ex Collor e Sarney, figuras diametralmente opostas em todos os sentidos mas que convergem entre si para a preservação da espécie que representam, interagindo, inclusive, com tantos outros de siglas (leia-se PMDB) que defendem os mesmo interesses fisiológicos e outros inconfessos que sazonalmente explodem nos noticiários. Unidos pela solução de seus problemas de governabilidade, de manutenção no poder ou simplesmente de acobertamento de deslizes pessoais ou de familiares, conforme declaram aos jornalistas utilizando-se de outros sofismas, claro.
Deve-se reconhecer que a expressão, bem pronunciada e colocada por pessoas “falantes” impressiona os interlocutores, principalmente os que não sabem o seu significado e que pragmatismo não deixa de ser uma variante da filosofia de Machiavel, de que os fins justificam os meios.
Deve-se reconhecer que a expressão, bem pronunciada e colocada por pessoas “falantes” impressiona os interlocutores, principalmente os que não sabem o seu significado e que pragmatismo não deixa de ser uma variante da filosofia de Machiavel, de que os fins justificam os meios.
Equivale a dizer que se deve apoiar o poderoso de plantão pelas vantagens, quase sempre ilícitas, que se possa obter sem outras preocupações de natureza moral e ética. Aliás para o pragmático ética, coerência de princípios e correção de conduta é coisa de gente burra, que não sabe mudar de lado para atender suas necessidades imediatas. Tanto faz estar ao lado ou mesmo participando de administrações corruptas e às vezes até auxiliando neste sentido, quanto de um administrador correto. O que não pode é perder a oportunidade de obter seus dividendos e ocupar espaços.
Uma carcterística importante do pragmático é a capacidade de defender idéias de forma a tornar crível e verdadeiras suas palavras por quem o escuta, assim como a maleabilidade para mudar seu ponto de vista ao sabor das conveniências.
Mas, aqui para nós....... o povo adora ser enganado!