24/12/2009

É HORA DE REFLEXÃO, SIM!

Espedito Lima
Ao folhearmos o calendário e a considerarmos o que acontece em todos os seus meses, notadamente em relação às festas, religiosas, populares, isoladas/juntas; incontestavelmente, o de dezembro é aquele que mais se robustece, se destaca e enriquece, positiva ou negativamente, nesse aspecto, para uma grande maioria, tanto de pobres quanto de ricos? É extraordinário o que ele absorve ou absorvem dele, particularmente a hipocrisia sem limite e de uma moldura tão gigantesca em termos de tapeação, que os que iludem e são iludidos, nem percebem o seu envolvimento com tal situação, dada a transformação inequívoca de eventos que o circundam e que tem como sua linha de frente, uma tradição imbuída no sentimento de uma razão inconcebível – O NATAL.

Anunciam aos quatro ventos da terra que é NATAL! E com a boca escancarada, proclamam que é a maior festa da CRTISTANDADE e nessa onda, se inserem supostos cristãos, cristãos ou não. É o sentimento absolutista, mundano e materialista que vulgariza o maior e mais importante evento da face da terra, o nascimento daquele que veio, não simplesmente para ser materializado nem servir de garoto propaganda, gratuitamente, a fim de engrandecer o bel prazer daqueles que só se preocupam com a formação física, psicossocial, natural; mas, sim, para marcar o inicio de uma nova e de abrir um caminho perfeito, puro e santo, o qual nos leva ao encontro dele mesmo, que derramou seu sangue pela salvação de todos, no entanto, nem todos a terão, embora vejam.

A partir do seu nascimento que tanto os profetas falaram e anunciaram, o mundo e a humanidade, por certo, viram, assistiram e testemunharam uma transformação jamais acontecida, pós criação de tudo e de todos, por seu Pai, Deus; em cuja criação ele já estava ao seu lado – o Filho. E este mesmo Filho, festejou de forma exemplar a obra daquele que lhe enviou, a quem sempre o obedeceu, até o seu último suspiro, quando derramou, na cruz, o seu sangue, para, repetimos, a salvação de todos, momento em que pronunciou estas últimas e sagradas palavras: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.

Durante praticamente 03 (três) anos, ele colocou em evidência uma jornada trabalhista, tendo como patrão supremo, seu Pai; sua carga horária, o dia inteiro e o trabalho em si, consistiu exclusivamente em nos mostrar a imagem esplêndida do Criador, os seus ensinamentos, a sua palavra e, por fim, a vida eterna, herança máxima dos bens Divinos, para aqueles que consigam conquistá-la.

A sua missão foi cumprida, mas ela, não encerrou com sua morte, pois quando da sua ressurreição, determinou aos seus apóstolos que dessem continuidade a tudo quanto ele ensinou, lhes dando poder, assim como quando ainda vivia, para realizarem prodígios e milagres, o que, de fato aconteceu. Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Este foi seu último mandamento e que deu origem à jornada apostólica. De forma alguma ele os orientou para que cuidassem da propagação e celebração de seu nascimento, muito menos da forma como ele é lembrado e comemorado.

Umas das coisas importantes, assim como todas foram, mas esta deve ser bem observada e posta em destaque, foi a criação de sua Igreja, a qual tem como Pastor Supremo, ele próprio. Ele é a cabeça do corpo que a constitui e os membros somos nós, se nos enquadrarmos aos seus princípios, dele e dela. Vê-se por tanto, que nenhuma denominação foi fundada por ele e não mandou que ninguém andasse por aqui e acolá, criando qualquer denominação religiosa para, principalmente ser feita negociata com seu nome e sua doutrina; a verdadeira, perfeita, pura e santa.

É hora de reflexão, sim! Sobre a existência de um Pai que desejou ter um filho que haveria de nascer pela concepção de uma virgem, modelo da simplicidade, humildade e obediência. De um Pai que se chama Deus e não um mero personagem intitulado Noel; que não se trata, evidentemente, de igualdade e superioridade nenhuma, a não ser de uma imaginária e lendária figura simbólica, traduzindo tão somente, o engano total e brincadeira que merece uma alta e irrevogável punição, pois além do seu papel distorcido, a maciez da sua suposta candura, preconiza o inverso de uma realidade exata que deveria ser anunciada às crianças, sem nenhuma modalidade de investidura falsa, ideologicamente falando. É o avesso do sério e a gratidão coroada de uma invenção presunçosa, descabida e sinistra. Uma afronta ao Pai que tudo criou, cria, dá e proporciona a todos um caminho sem volta e um lugar sem rancor, sem ódio, sem avareza, sem fim, simplesmente eterno; a maior das esperanças, a maior das heranças, a vida eterna.

É hora de refletir sobre a tal confraternização – tão badalada e realizada nestes tempos - um verdadeiro disfarce da época, para dizer que se gosta e se considera alguém ou pessoas; que as ama/amamos uns aos outros e sempre vivemos em harmonia, além de se demonstrar o mau-caratismo do relacionamento humano. Isto sem se falar que a ocasião tende também a se apresentar como uma máscara que, sem sombra de dúvida, enaltece e enobrece, a soberba daqueles que utilizam a falsidade como um facho de luz que a nada clareia, a não ser a escuridão dos que vivem todos os dias do ano, em trevas.

E que dizer do amigo secreto: nos moldes como se procede atualmente. Não passa também de uma falsa ideologia, pois se as pessoas dedicam respeito, consideração e atenção umas às outras, pra que usar do “secretismo” e para que se esconderem? Sinceridade, lealdade e respeito, não se adéquam a nada de secreto; pelo contrário, tudo tem que ser aberto, sem redundância e sem frescura. Tudo num normal e natural relacionamento fraterno, cordial e com a essência da humildade.

É hora de reflexão sobre a ceia de natal - a etiqueta que se alavanca e ornamenta a hipocrisia, se faz presente nas mesas sujas pela a insensatez do comportamento de muitos, sob o título inadequado a um jantar, almoço ou café, que saboreiam e dizem ser uma ceia para, nela, se abraçarem, se confraternizarem e se lambuzarem da mediocridade.

E árvore de Natal? - esta se mostra ou a mostram como se fosse um símbolo que nada representa, a não ser a luminosidade da imaginação flutuante sobre olhares sedentos de desconhecimento do significado real da verdadeira árvore. A árvore da vida, da qual nós somos; se procurarmos sermos seus ramos, seus galhos e seus frutos. Do amor, do respeito, da consideração e da amizade sincera, completa de caridade, e mansidão.

Reflitamos também sobre as campanhas que são feitas para agasalhar, alimentar, doar brinquedos; de todas as formas e de todas as maneiras. Mas algo paira no ar e ao refletirmos suas objetividades, chegamos à conclusão de que muitas vezes, as ações desenvolvidas, apenas servem de uma mera atitude que, além de passageira, não se insere no adjetivo comum do cotidiano entre os povos; entre nós, uns com os outros, pois se tornam fantasiosas, teórica e praticamente abolidas da consciência e da razão que devemos ter e usar, não durante um dia ou num mês, porém em todos os dias da nossa existência; por dependermos de todos e todos dependerem de nós.

Presépio e pisca-pisca – aos olhos materiais, muitos são uma verdadeira obra de arte, indiscutivelmente. Todavia, para o plano espiritual, nada é e nada valem, a não ser, para e simplesmente, uma ornamentação visual para contemplação periódica e, posteriormente, têm com destino, as caixas ou caixotes, ou mesmo o lixo, após serem desarmados ou destruídos. Não passam eles ainda, de uma idolatria vinculada a um tradicionalismo humano, sem sentido eficaz para a fé e a Igreja de Cristo.

Em fim, é hora de refletirmos sobre a separação definitiva entre as questões materiais (tradicionais, passageiras, temporais) das espirituais (eternas, pelos séculos sem fim). É hora de compreendermos que somente Deus, através, unicamente, de seu filho unigênito, é que podemos chegar a ele, para que ele nos entregue ao mesmo Filho, Nosso Senhor e Nosso Salvador. E que os dias da vida de cada um seja, não o nascimento, mas a ressurreição proposta para a nossa existência pautada nos princípios reais do livro Sagrado, Palavra de Deus, que instrui, admoesta, mostra a plenitude da objetividade de suas criaturas e filhos; herdeiros e co-herdeiros com Cristo Jesus, aquele que há de vir para julgar os vivos e mortos, no seu grande dia e em sua esplêndida glória.

FELIZ REFLEXÃO!