30/11/2010

AMIGOS SE DESPEDEM DE MANOEL DE CHICO
Jovino Fernandes
Nesta terça (30), tarde de muita comoção para os amigos do inesquecível Manoel de Chico. Foi impossível sustentar as lágrimas quando na hora de sua partida. Tínhamos a certeza, que o grande músico silenciara para sempre.

Em meio a tantos que se faziam presente, cada um contava uma história, desde o tempo da juventude até à tarde desta segunda (29), quando ninguém imaginava que o pior estava por vir.

Parece que o nosso dileto amigo estava nos preparando. No domingo (28), após vários meses tendo encostado o velho companheiro “violão”, o mesmo pega sua viola e vai em direção à Casa do Pai. Iniciada a Santa Missa na Igreja Matriz São João Batista, os ouvintes da Rádio Vaza Barris, logo perceberam e, se alegraram com os hinos que voltaram a ter alegria. Era os acordes do velho Manoel.

Já na tarde de segunda (29), conversamos, rimos, outros amigos (as), se deliciavam com suas piadas e contos.
"A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace".
Diante dos fatos, só podemos concluir que:
Deus costuma usar a solidão
Para nos ensinar sobre a convivência.
Às vezes, usa a raiva para que possamos
Compreender o infinito valor da paz.
Outras vezes usa o tédio, quando quer
nos mostrar a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos.
Às vezes usa o cansaço, para que possamos
Compreender o valor do despertar.
Outras vezes usa a doença, quando quer
Nos mostrar a importância da saúde.
Deus costuma usar o fogo,
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes, usa a terra, para que possamos
Compreender o valor do ar.
Outras vezes usa a morte, quando quer
Nos mostrar a importância da vida.
(Fernando Pessoa)

Mensagens recebidas de amigos internautas

Marlene T. Goncalves (RJ - Jeremoabense)

...Sobre Manuel
Na Goela da Ema morava Alice do Padeiro que nas noites de Jeremoabo vendia um famoso mingau. As pessoas chegavam, tomavam aquele delicioso mingau, enquanto “Manuel de Chico Capitão” dedilhava o seu violão com arte, e as pessoas cantavam, cantavam, noite a dentro, saboreando duas preciosidades: o mingau de Alice e o talento musical de Manuel. Era um verdadeiro sarau, regado a mingau. Muitas vezes cantei, acompanhada pelo violão de “Manuel de Chico Capitão” . Ele sempre foi uma pessoa das artes, e esbanjava talento na música, na pintura e no humor: pois ele era, também, um excelente humorista. Com certeza muitas pessoas terão sempre boas lembranças do Manuel. Lembro de uma frase de João Guimarães Rosa que define bem o meu sentimento: “As pessoas não morrem, ficam encantadas.”