Aos 72 anos, morre em São Paulo o músico Dominguinhos
O músico
foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro, depois de um mês
internado em hospital de Recife
Fonte: correio
Crédito: Divulgação
O músico Dominguinhos morreu aos
72 anos nesta terça-feira (23) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O
forrozeiro lutava contra um câncer no pulmão há seis anos. Neste tempo, acabou
desenvolvendo insuficiência ventricular, arritmia cardíaca e diabetes. O músico
foi transferido para a capital paulista em 13 de janeiro, depois de um mês
internado em hospital de Recife.
Segundo nota do hospital, o músico
morreu às 18h de hoje por conta de complicações infecciosas e cardíacas.
Dominguinhos fazia hemodiálise depois de sofrer comprometimento da função
renal, segundo o hospital. Durante a internação, ele respirava com auxílio de
aparelhos e um marca-passo para controlar os batimentos cardíacos. Ele entrou
em coma irreversível depois de apresentar quadro de infecção respiratória e
arritmia cardíaca.
A esposa do músico falou sobre os
planos para a despedida a Dominguinhos. "Vamos tentar organizar um velório
em São Paulo para que as pessoas possam se despedir dele, e depois levá-lo ao
Recife para o enterro", disse Guadalupe Mendonça à Folha Online.
Dominguinhos era considerado o
sanfoneiro mais importante do país, na tradição de Luiz Gonzaga, que o escolheu
como seu herdeiro artístico. José Domingos de Moraes nasceu em Garanhus (PE) e
conheceu Gonzaga aos 8 anos de idade. Foi viver no Rio, onde, aos 13 anos,
ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, e passou a fazer shows e participar
das gravações de Gonzaga, ficando conhecido como seu herdeiro musical.
O próprio nome artístico
Dominguinhos foi sugestão de Luiz Gonzaga, que acreditava que o apelido de
infância Neném não seria bom na carreira. Aos 16 anos, o músico fez sua
primeira gravação tocando sanfona em disco de Gonzaga, na música "Moça de
Feira". O ano era 1957. No mesmo ano, ele formou o Trio Nordestino
com Borborema e Miudinho.
Dominguinhos participou do
primeiro disco gravado por Elba Ramalho, "Abre de Prata", em 1979. Na
década de 1980, sua popularidade aumentou com suas composições "De Volta
pro Meu Aconchego", com Nando Cordel, cantada por Elba Ramalho, e
"Isso Aqui Tá Bom Demais", parceria com Chico Buarque, gravada pelos
dois. As canções entraram na trilha sonora da novela "Roque
Santeiro", da TV Globo.
Outro sucesso foi em 1984, com a
composição "Tantas Palavras", nova parceria com Chico. Em 2002,
ele ganhou o Grammy Latino com o disco "Chegando de Mansinho".