Padre deixa igreja após engravidar a namorada de 22 anos
Fonte: interiordabahia
Crédito: Divulgação
Seis anos depois de ter sido
ordenado padre, Gerônimo Moreira, de 33 anos, decidiu renunciar o ministério
sacerdotal. O pároco, que reside em Nova Fátima e atua em três municípios da
região, pertence à Paróquia Nossa Senhora da Conceição. Ele comunicou a decisão
aos fiéis no último domingo (25).
Na origem da decisão, segundo o
sacerdote, está o amor por uma jovem de 22 anos com quem se envolveu e quebrou
o voto do celibato. A jovem e o padre estabeleceram uma forte amizade desde
2007, motivo que levou o padre a apresentar nesta segunda-feira (26) ao bispo
da diocese de Serrinha, Dom Ottorino Assolari, o pedido de dispensa dos deveres
do Estado clerical.
Em nota pública postada em um
site de relacionamento, o religioso anunciou que a jovem está grávida e que vai
assumir a paternidade. "Com o tempo fui observando que na nossa amizade
tinha algo a mais: o amor, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da
amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter
o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas
por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos
concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade”,
declarou em nota.
Ainda em nota, o padre pediu
perdão aos fiéis e diz que aguarda a autorização do papa Francisco para
casar-se na igreja e participar dignamente da Sagrada Comunhão.
Veja a carta
Veja a carta
"Caros fiéis da Diocese de
Serrinha, especialmente os da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a que me foi
confiado, venho por meio desta comunicar a todos uma decisão que tomo na minha
vida. Desde 2001 quando decidi entrar no Seminário para ser padre, sempre tive
consciência da grande responsabilidade e as exigências para quem se propõe a
tal missão. A minha decisão foi uma atitude de fé. Senti-me chamado para servir
ao Reino, ajudar as pessoas, de forma total, consagrando a minha vida como
padre. Foi uma decisão livre.
Muitas pessoas me apoiaram, outras me criticaram, inclusive dentro da minha própria família. Tinha consciência que para ser padre era necessário renunciar a vida familiar e viver o celibato. O que procurei fazer durante este tempo, mesmo diante de todas as dificuldades.
Em 2007, na época que fiz pastoral aqui, conheci Emília Carneiro e sempre tive um grande carinho por ela e a nossa amizade foi cada vez mais crescendo e se fortalecendo. A minha vinda para a Paróquia favoreceu ainda mais este crescimento. Com o tempo fui observando que na nossa amizade tinha algo a mais: O AMOR, mas sempre procuramos deixá-lo só no nível da amizade, pois dizia que, se por acaso eu percebesse que, não conseguiria manter o celibato deixaria antes o ministério para não escandalizar a comunidade. Mas por ironia do destino não aconteceu como eu pensava e nos envolvemos concretamente e hoje ela está grávida e eu quero assumir a paternidade.
Como padre não pode assumir a
vida familiar conforme a norma atual da Igreja, a partir de amanhã, dia 26 de
agosto não exercerei mais o Ministério Sacerdotal. Reconheço o meu erro de ter
deixado acontecer a gravidez antes de me afastar do Sacerdócio, por isso peço
perdão a todos vocês e vos peço que não deixem que esta minha postura venha
afetar a fé de vocês.
Quero lembrar que cometi um
pecado e não um crime. Sei que muitas pessoas não compreenderão e me
condenarão. Outras usarão deste fato para criticar a Igreja e os outros padres,
mas sei também que as pessoas de fé não se deixarão abater, pela minha escolha
ou pelo meu erro e continuarão a sua caminhada lembrando-se de tudo que
procurei ensinar como padre, assim como pede a Igreja.
Neste último dia como padre,
quero pedir perdão a todas as pessoas que magoei com minhas palavras ou gesto
ríspidos. De forma especial as lideranças das pastorais e comunidades. Quero
pedir perdão ao nosso Bispo Dom Ottorino por não ser fiel à minha vocação e à
sua confiança e lhe agradecer por ter me acolhido com paternidade neste momento
da minha vida.
Continuarei vivendo todos os
valores da fé cristã, agora na família, ajudando a Igreja naquilo que for
possível, enquanto aguardo a autorização do papa para que eu possa casar na
Igreja e assim poder participar dignamente da Sagrada Comunhão. Peço a todos que
rezem por nós.