Restos mortais de Thomé de Souza devem vir para Salvador
Fonte: A Tarde
O mosteiro na cidade de Vila Franca de Xira, em Portugal
Os restos mortais do fundador de Salvador e
primeiro governador-geral do Brasil, Thomé de Souza, devem ser trazidos de
um mosteiro na cidade de Vila Franca de Xira, em Portugal, para a capital
baiana. O prefeito ACM Neto criou uma comissão especial que deve realizar
estudos para captar recursos e construir um memorial, segundo a prefeitura. O
dia do translado dos restos mortais e o local do memorial ainda não foram
definidos. O decreto foi publicado na última quinta-feira, 1º, no Diário
Oficial do Município.
O advogado Ademir Ismerin, um dos componentes da
comissão, explica que viajou algumas vezes para Portugal procurando pistas
sobre o lugar onde o governador-geral foi enterrado. Ele tinha algumas pistas
que encontrou no livro “O fundador”, de autoria de Aydano Roriz. Durante
pesquisas, chegou aos registros da Prefeitura de Vila Franca de Xira, onde
encontrou o local do túmulo, um convento que hoje é propriedade particular.
Segundo Ismerin, Thomé de Souza estava enterrado como uma pessoa desconhecida.
De acordo com o presidente da Fundação Gregório de
Matos, Fernando Guerreiro, no momento os dois pontos com maiores chance de
abrigar o monumento são a Praça Municipal, localizada no Centro Histórico e a
Península de Itapagipe, na Cidade Baixa, que deve passar por um processo de
requalificação com recursos públicos e privados.
A comissão é formada pelos advogados Ademir Ismerin
e João Daniel Jacobina, pelo historiador Francisco Sena, pela museóloga
Rosângela Esteves, pelo arquiteto Fernando Frank e pelo engenheiro e gerente de
Sítios Históricos da Fundação Gregório de Matos, Marco Antonio Rocha.
O fundador – Segundo historiadores, Thomé Souza nasceu e morreu da cidade de Rates.
Há discordância sobre a data de seu nascimento. Alguns atribuem ao ano de 1515,
indicando que ele completaria 500 anos em 2015, enquanto outros falam de 1503.
Ele aportou em Salvador no dia 29 de março de 1529, após o fracasso do modelo
das capitanias hereditárias para colonização e ocupação do território
brasileiro.
Sua função como governador-geral era coordenar a
colonização fortalecendo as capitanias contra as resistências indígenas, além
de fiscalizar as capitanias e apoiar a cultura de cana-de-açúcar. Junto com
Thomé de Souza vieram soldados, colonos, materiais para se construir a cidade e
alguns animais.
Ele proporcionou o grande desenvolvimento da
agricultura e pecuária. Preocupado com o perigo real de invasões de piratas
estrangeiros e na manutenção do domínio português, o governador-geral
distribuiu armas e munições aos colonos e construiu várias fortalezas em áreas
estratégicas. Com ele, também chegaram os primeiros jesuítas, chefiados por
Manuel da Nóbrega, para iniciar a evangelização dos índios, criando também o
primeiro colégio do Brasil. Nesse período foi criado o primeiro bispado do
Brasil.
A cidade de Salvador foi fundada para instalação da
sede do novo governo. Tomé de Sousa fundou a cidade do Salvador, onde edificou
a residência do governador, a Casa da Câmara, a Igreja Matriz, Colégio dos
Jesuítas e, aos poucos, outros edifícios.
Tomé de Souza trouxe com ele o Regimento de 17 de
dezembro de 1548 que continha orientações precisas sobre a organização do poder
público, fazenda, Justiça, defesa, fundação de uma capital – e sobre temas
relevantes como as relações com os indígenas e sua catequese e o estímulo às
atividades agrícolas e comerciais. Em 1553 volta a Portugal onde morre em 1579,
na cidade em que nasceu.
(Fonte: A Tarde)