Oposição leva caixão à Assembleia em protesto contra a eleição para o TCE
Fonte: interiordabahia
A bancada de oposição da
Assembleia Legislativa da Bahia fez, nesta terça-feira (3), um manifesto de
repúdio ao ocorrido na última quarta-feira (28), durante a votação para
indicação do Conselheiro para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde os
deputados da base governista foram obrigados a votarem no candidato do governo,
Zezéu Ribeiro.
Os parlamentares oposicionistas levaram um caixão
para a plenária da Casa, e uma faixa escrita “Governo do PT enterra
democracia”, como forma de protesto à fraude que ocorreu na eleição de um dos
cargos mais importantes do estado e o afronte a democracia.
O deputado Carlos Gaban, líder do DEM na
Assembleia, justificou o manifesto. “Na última sessão, vergonhosa, do TCE, quem
foi desrespeitado foi o povo da Bahia. O que deveria ser um ato democrático,
virou um ato ditatorial. Por isso estamos nos manifestando, porque a democracia
foi enterrada quando o governo do PT obrigou os parlamentares governistas a
desrespeitarem uma lei em vigor e coagiram os colegas a votarem em seu candidato”.
Gaban, na Tribuna da Casa, leu a Carta Aberta da
Oposição, intitulada “Governo da Bahia enterra o Poder Legislativo”. “4
indignados deputados procuraram a oposição para denunciar que foram
pressionados a fotografar seus próprios votos e posteriormente exibi-los, como
prova de obediência e fidelidade ao governo, sob pena de sofrerem retaliações”,
diz um trecho da carta.
“Manifestamos, portanto, o nosso mais consciente
repúdio à condução e aos desfechos destes fatos. Defendemos princípios morais,
com ética e verdade no fiel cumprimento de regras cidadãs e na defesa de um
Poder Legislativo harmônico, forte, independente e sem submissão”, finalizou o
parlamentar.
Relembre o caso
Durante a votação do conselheiro do TCE, o
candidato Carlos Gaban (DEM) venceu na primeira sessão por 28 votos, contra 27
do candidato Zezéu Ribeiro. Porém, conforme o regimento interno da Casa, para
eleger um Conselheiro é preciso ter a maioria absoluta, ou seja, 32 votos, e
pela lei deveria ser feita outra votação imediatamente.
No entanto, a nova votação ocorreu uma hora depois,
tempo que, segunda a oposição, foi utilizado pelo governo para coagir os
deputados da base aliada à votarem em Zezéu. Os parlamentares denunciaram a
fraude, e durante a votação alguns deputados foram flagrados fotografando o
voto na urna, o que é considerado crime eleitoral.