Entidade solicita ao prefeito Anilton proibição de vaquejadas em Paulo
Afonso
Fonte: redacao@ozildoalves.com.br
Crédito: Divulgação
Veja o conteúdo da 'Petição
Pública' assinada por Stephanie Simões Afan Rocha, presidente da ARDAP- Paulo
Afonso:
Os
cidadãos abaixo-assinados, brasileiros, residentes em Paulo Afonso – Bahia,
solicitam de Vossa Excelência Anilton Bastos , a Proibição de utilização em
atividade recreativa-competitiva de animais no Município de Paulo Afonso, pois
é flagrante o sofrimento imposto a eles quando utilizados em eventos em
vaquejadas.
Nas
vaquejadas dois vaqueiros correm a galope, cercando um animal em fuga, que tem
sua cauda tracionada e torcida para que tombe ao chão.
A cauda
dos animais é composta, em sua estrutura óssea, por uma seqüência de vértebras,
chamadas coccígeas ou caudais, que se articulam umas com as outras. Nesse gesto
brusco de tracionar violentamente o animal pelo rabo, é muito provável que
disto resulte luxação das vértebras, ou seja, perda da condição anatômica de
contato de uma com a outra. Com essa ocorrência, existe a ruptura de ligamentos
e de vasos sangüíneos, portanto, estabelecendo-se lesões traumáticas. Não deve
ser rara a desinserção (arrancamento) da cauda, de sua conexão com o tronco.
Como a porção caudal da coluna vertebral representa continuação dos outros
segmentos da coluna vertebral, particularmente na região sacral, afecções que ocorrem
primeiramente nas vértebras caudais podem repercutir mais para frente,
comprometendo inclusive a medula espinhal que se acha contida dentro do canal
vertebral. Esses processos patológicos são muito dolorosos, dada a conexão da
medula espinhal com as raízes dos nervos espinhais, por onde trafegam inclusive
os estímulos nociceptivos (causadores de dor). Voltamos a repetir que além de
dor física, os animais submetidos a esses procedimentos vivenciam sofrimento
mental.
Abusos
também ocorrem antes de o animal ser solto na arena. Para que o bovino, manso e
vagaroso, adentre a arena em fuga, o animal é confinado em um pequeno cercado,
onde é atormentado, encurralado, espancado com pedaços de madeira, e submetido
a vigorosas e sucessivas trações de cauda.
Apesar da
vaquejada ser apresentada como manifestação cultural arraigada de elementos
históricos e sociais, hoje não mais se verifica como aceitável perante a ordem
jurídica em virtude dos maus tratos submetidos aos animais, constituindo em
crime com base no art. 32 de Lei Federal nº. 9.605/98.
Deve-se
lutar contra este massacre, demostrando a evolução do ser humano e o repúdio ao
sofrimento alheio como diversão. A alegação de "tradição" regional de
um local não pode assegurar o direito de tortura aos animais. "Tortura não
é cultura": é crime"!
Nossa
cidade possui muitas belezas naturais, talentos para se firmar sem ter de
prestigiar esses tipos de eventos que envolvem crueldade e maus-tratos, que
provocam protestos de muitos. Paulo Afonso deve realizar suas festas e festejos
com entretenimentos saudáveis que não imponham ou provoquem sofrimento aos
indefesos animais, inclusive o uso de fogos de artifício e uso de equipamentos
sonoros que causem dor e martírio a estes animais.
Por todo
o exposto, verifica-se nas vaquejadas um completo desrespeito pelos animais, o
que afronta o disposto no art. 225, § 1º, VII, da Constituição Federal, além de
demais leis ou atos legais de caráter ambiental e incentivo a diversão pelo
divertimento de seres vivos. Dessa forma, são práticas ilegais e
inconstitucionais, realizadas sob o falso véu de manifestações das culturas
populares, devendo ser coibidas com rigor pelo Poder Público e pela
coletividade.
E, como
tal, a sociedade civil Paulafonsina chocada com tamanhas demonstrações de
crueldade anualmente, cometidas a título de "entretenimento" ou
"tradição regional", unem-se para o fim sumário deste evento, cujo
único verdadeiro "benefício" tem sido a geração de dinheiro aos seus
patrocinadores.
Na
certeza de termos nosso pleito atendido, encaminhamos este abaixo assinada em
folhas numeradas e assinadas por vários cidadãos, em duas vias a serem
protocoladas em seu Gabinete.
Nomeamos o Sra. Stephanie Simões Afan Rocha, presidente da ARDAP, como nossa representante, caso sejam necessárias maiores informações.
"A
grandeza de uma Nação pode ser medida pelo modo como seus animais são
tratados." (Mahatma Gandhi)
Link para assinaturas da Petição
Pública (Abaixo Assinado)