03/07/2014

Volta de Delúbio ao “trabalho” na CUT desmoraliza a Justiça e o sistema prisional brasileiro
Fonte: tribunadaimprensa

Carlos Newton
É um escárnio a decisão da juíza Leila Cury, da Vara de Execuções do Distrito Federal, que liberou o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares para voltar a trabalhar durante o dia na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em Brasília. A juíza alega estar apenas cumprindo determinação do Supremo Tribunal Federal, que na semana passada autorizou o benefício para os mensaleiros condenados em regime semiaberto, como o próprio Delúbio e os ex-deputados Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues e José Dirceu.

Mas acontece que a autorização para trabalhar na CUT é indevida e fere flagrantemente o chamado “espírito da lei” que permite trabalho externo aos presos com bom comportamento. Como se sabe, o objetivo da lei é ressocializar o detento, através da terapia ocupacional. Mas é óbvio que nenhum juiz deve autorizar que o preso volte a atuar na mesma empresa ou instituição na qual praticou o crime que motivou a condenação.

ASSUNTO DE DOMÍNIO PÚBLICO…

Delúbio Soares cumpre pena por crimes cometidos justamente quando ocupava o cargo de Tesoureiro do PT, partido do qual seria expulso e depois readmitido. E qualquer pessoa pessoa minimamente informada tem conhecimento de que a CUT funciona como uma espécie de sucursal do PT. Portanto, a juíza jamais poderia desconhecer esse fato. Como diz o cantor Compadre Washington, “inocente, sabe de nada!”. O que ela efetivamente fez, não há dúvida, foi revalidar a autorização anterior, concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, notoriamente ligado ao PT e à família do ex-presidente Lula.

Semana passada, o Supremo determinou que Delúbio tem direito de trabalhar fora, mas em nenhum momento mandou permitir que ele trabalhe onde bem entenda. No caso da CUT, seus privilégios e mordomias são tantos que tem até carro “oficial” para apanhá-lo na Papuda. E na sede da CUT, Delúbio tem total liberdade para conduzir sua bem-sucedida “consultoria” instalada em Goiânia, onde é especializada em tráfico de influência na Prefeitura local, administrada pelo PT.

E ainda chamam isso de Justiça…