Câmeras registram uma raridade nos sertões do Nordeste: os urubus-rei
No topo de um penhasco, em uma cena raríssima, foi possível encontrá-los as dezenas. Urubus costumam ficar dentro de abrigos nos penhascos da Serra.
Fonte: http://g1.globo.com
Os caminhos escondidos no meio da mata verde
mostram que é mesmo um Sertão de surpresas. A equipe do Globo Repórter chegou
ao vale dos Urubus-Rei. Essa espécie se tornou uma raridade nos sertões do
Nordeste. É difícil até vê-los voando no local, mas na área do Vale da Serra
Branca, é possível encontrá-los as dezenas. No topo de um penhasco a equipe do
programa pôde observar nove. São muitos urubus-rei na região, durante um tempo
de chuva.
O Globo Repórter só conseguiu registrar a espécie
porque no dia estava chovendo e os urubus ficam nos abrigos, nos penhascos da
serra. O urubu-rei é muito arisco. A equipe teve que ficar à distância, em
silêncio. O cinegrafista Edison Silva usa uma lente especial para mostrar os
bichos de perto.
Quando jovem, o urubu-rei é totalmente coberto de
penas pretas. O urubu-rei costuma voar sozinho ou em dupla. Dificilmente é
visto voando em bando. É uma cena raríssima. Depois que a chuva passa, as aves
abrem as asas para secar. Usam o bico e as garras para se coçar. Um ritual que
repetem várias vezes. Solitário, o urubu se aquece, como se realmente fosse um
rei do Sertão.
Reservatórios de água atraem animais
selvagens
O sol forte é impiedoso na Caatinga em tempo de
seca. Mas o Globo Repórter foi atrás das trilhas deixadas pelos animais que
vivem na vegetação do Sertão, perto da cidade de Petrolina, em Pernambuco.
Pesquisadores da Embrapa construíram
reservatórios de água para atrair os animais selvagens. Ao redor do tanque, são
vistas dezenas de aves.
Os animais maiores são mais difíceis de ver
durante o dia. Só com armadilhas fotográficas é possível registrar o movimento
deles. O professor Nilton Brito, da Embrapa, montou um álbum de fotografias dos
animais da Caatinga.
Confira no vídeo algumas destas fotos.
Um caititu fez um buraco ao redor de uma maniçoba
e comeu as raízes. E mesmo assim a árvore não morre.
“Mesmo assim a árvore não morre, porque a
composição da raiz dela é um pouco densa e aí o animal só consome as raízes
mais superficiais. As raízes centrais continuam no solo e a planta vai
sobreviver”, explica Nilton Brito, pesquisador da Embrapa Semiárido.
Árvore é importante fonte de alimento
para bichos do semiárido
Os animais da caatinga encontram água e alimento
onde menos se espera. Nas áreas sem reservatórios de água, os bichos procuram
matar a sede na própria vegetação seca. A coroa de frade é um exemplo.
Quebrando os espinhos, os animais conseguem beber a água que a planta armazena.
E o umbuzeiro, que parece tão sem vida, é uma importante fonte de alimento para
os bichos do Semiárido.
O umbuzeiro é uma árvore típica da Caatinga. A
vegetação estava completamente seca. Mas quando chegarem as chuvas, vai
florescer, produzir frutos, e quando os umbus (ou imbus) caírem maduros, os
animais usam como alimento.
As imagens colhidas pelas câmeras escondidas no
mato confirmam a diversidade de fauna da caatinga. Os reservatórios evitam que
os animais saiam da região selvagem a procura de água e encontrem os caçadores.
OBS: Para assistir o vídeo sobre o Urubu-Rei, copie o LINK abaixo e, cole na parte superior. Os mesmos podem ser vistos na Fazenda Serra Branca no município de Jeremoabo/BA, de propriedade do Sr. Otávio Farias.
http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2014/11/cameras-registram-uma-raridade-nos-sertoes-do-nordeste-os-urubus-rei.html