23/11/2014

Câmeras registram uma raridade nos sertões do Nordeste: os urubus-rei

No topo de um penhasco, em uma cena raríssima, foi possível encontrá-los as dezenas. Urubus costumam ficar dentro de abrigos nos penhascos da Serra.

Fonte: http://g1.globo.com

 

Os caminhos escondidos no meio da mata verde mostram que é mesmo um Sertão de surpresas. A equipe do Globo Repórter chegou ao vale dos Urubus-Rei. Essa espécie se tornou uma raridade nos sertões do Nordeste. É difícil até vê-los voando no local, mas na área do Vale da Serra Branca, é possível encontrá-los as dezenas. No topo de um penhasco a equipe do programa pôde observar nove. São muitos urubus-rei na região, durante um tempo de chuva.

O Globo Repórter só conseguiu registrar a espécie porque no dia estava chovendo e os urubus ficam nos abrigos, nos penhascos da serra. O urubu-rei é muito arisco. A equipe teve que ficar à distância, em silêncio. O cinegrafista Edison Silva usa uma lente especial para mostrar os bichos de perto.

Quando jovem, o urubu-rei é totalmente coberto de penas pretas. O urubu-rei costuma voar sozinho ou em dupla. Dificilmente é visto voando em bando. É uma cena raríssima. Depois que a chuva passa, as aves abrem as asas para secar. Usam o bico e as garras para se coçar. Um ritual que repetem várias vezes. Solitário, o urubu se aquece, como se realmente fosse um rei do Sertão.

Reservatórios de água atraem animais selvagens

O sol forte é impiedoso na Caatinga em tempo de seca. Mas o Globo Repórter foi atrás das trilhas deixadas pelos animais que vivem na vegetação do Sertão, perto da cidade de Petrolina, em Pernambuco.

Pesquisadores da Embrapa construíram reservatórios de água para atrair os animais selvagens. Ao redor do tanque, são vistas dezenas de aves.

Os animais maiores são mais difíceis de ver durante o dia. Só com armadilhas fotográficas é possível registrar o movimento deles. O professor Nilton Brito, da Embrapa, montou um álbum de fotografias dos animais da Caatinga.

Confira no vídeo algumas destas fotos.

Um caititu fez um buraco ao redor de uma maniçoba e comeu as raízes. E mesmo assim a árvore não morre.

“Mesmo assim a árvore não morre, porque a composição da raiz dela é um pouco densa e aí o animal só consome as raízes mais superficiais. As raízes centrais continuam no solo e a planta vai sobreviver”, explica Nilton Brito, pesquisador da Embrapa Semiárido.

Árvore é importante fonte de alimento para bichos do semiárido

Os animais da caatinga encontram água e alimento onde menos se espera. Nas áreas sem reservatórios de água, os bichos procuram matar a sede na própria vegetação seca. A coroa de frade é um exemplo. Quebrando os espinhos, os animais conseguem beber a água que a planta armazena. E o umbuzeiro, que parece tão sem vida, é uma importante fonte de alimento para os bichos do Semiárido.

O umbuzeiro é uma árvore típica da Caatinga. A vegetação estava completamente seca. Mas quando chegarem as chuvas, vai florescer, produzir frutos, e quando os umbus (ou imbus) caírem maduros, os animais usam como alimento.

As imagens colhidas pelas câmeras escondidas no mato confirmam a diversidade de fauna da caatinga. Os reservatórios evitam que os animais saiam da região selvagem a procura de água e encontrem os caçadores.

OBS: Para assistir o vídeo sobre o Urubu-Rei, copie o LINK abaixo e, cole na parte superior. Os mesmos podem ser vistos na Fazenda Serra Branca no município de Jeremoabo/BA, de propriedade do Sr. Otávio Farias.

http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2014/11/cameras-registram-uma-raridade-nos-sertoes-do-nordeste-os-urubus-rei.html