O BRASIL DO DESRESPEITO E DA VERGONHA
Fonte: bahianoticiasA carga pesada da tropa de choque do presidente José Sarney transformou o Senado Federal numa minúscula e, se quiserem, inescrupulosa Câmara de Vereadores de qualquer município perdido nos grotões deste País. O baixo nível da sessão da tarde/noite de ontem, comandada pelos senadores Renan Calheiros, que dispensa comentários, e Fernando Collor de Mello, que continua o mesmo personagem arrogante e prepotente de sempre (só que, agora, nervoso, certamente por se saber indesejado pela República que o apeou do poder), oferece uma clara demonstração do que se transformará a principal instituição legislativa do País. O Palácio do Planalto, leia-se Lula, voltou atrás e se alinhou em defesa do oligarca maranhense, e a Fernando Collor, aquele mesmo que chegou a usar a ex-mulher de Lula, Míriam, para construir uma das mais deprimentes cenas de campanha que se tem notícia, isto em 1989. Fatos que bem demonstram como os homens públicos têm memória curta e mudam conforme seus interesses. Lula se agarra a Sarney, por entendê-lo comandante de uma facção do PMDB, que ele quer ao lado dele e de Dilma Rousseff. Para o País, nada pior. Para Dilma, tida como autoritária, um carimbo antes de iniciar a sua campanha presidencial. O Brasil juntou-se ao Senado e, agora, dança na crise, cujo ritmo, pobre e indecente, é ditado por José Sarney. Por que? Sarney sabe muito sobre os "republicanos" que têm medo dele, e ainda querem o seu apoio? Onde fica o PT, que prometeu mudar o Brasil? Como fica a bancada do partido no Senado, que se posicionou contra a postura do Palácio do Planalto? Está contra ou faz parte do jogo? Tenho a impressão de que o partido vai pagar um preço caro. O que, aliás, venho advertindo no que aqui escrevo, no que publico no espaço que assino em A TARDE, e no que digo na TUDO FM, ao lado de Daniela Prata, no programa que tem início às 12h. República das bananeiras é pouco. O verde-amarelo está desbotado ao ser subjugado pelo coronel do Maranhão, que se agarra à cadeira de presidente do senado. Cadeira que, ao mesmo tempo, é carregada por dois "luminares" da política macunaímica: Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello. Que País é este que voltou a ganhar a mídia internacional em razão dos seus escândalos? Por que Lula, de biografia tão impressionante, une-a a de José Sarney? Quanta nulidade, quanta sujeira, quanta lama, quanto desrespeito, quanto desrespeito, quanta podridão.
(Samuel Celestino)