15/11/2009

A sexta-feira 13 do PSDB e do José Serra
Por Francisco Assis Melo
Foto: Crédito Divulgação (internet)
Esta semana que se encerra não foi das melhores para a classe política. O governo enfrentou o problema do corte temporário de energia elétrica que atingiu, em maior ou menor grau, 18 estados da Federação, comemorado e festejado pela oposição incomodada com a crescente popularidade do presidente Lula, principalmente depois de conquistar a realização da Copa do Mundo de 2014, e por suas constantes viagens com a Dilma Roussef no embalo dessa popularidade sob o pretexto de fiscalizarem obras do PAC.

O “apagão” era tudo o que a turma do PSDB e do DEM precisava neste momento para tentar atingir a pré-candidata do PT à sucessão de Lula. Tanto que se falou muito em CPI e a convocação da Dilma para prestar esclarecimentos embora esta tenha deixado o Ministério das Minas e Energias há mais de três anos.

Com o devido apoio da mídia sulista e da Globo, que exploraram o assunto até não ser mais possível em regime de plantão 24 horas com inserções durante todo o dia, como se tratasse de uma catástrofe, os caciques da oposição e o próprio governador de São Paulo e possível candidato do PSDB à presidência foram ao ar nos telejornais e deram entrevistas a jornais, emissoras e sites cobrando explicações ao governo.

As justificativas do governo para o corte do fornecimento de energia demonstram, de forma lamentável e lastimável, que tecnicamente o país está sujeito à repetição de eventos semelhantes, pois o sistema de segurança das fontes de geração e redes de distribuição é tecnicamente frágil, suscetível à ação de tempestades. Neste ponto o governador José Serra tem razão em cobrar explicações.

O que o pré-candidato do PSDB não contava é que justamente nesta sexta-feira, coincidentemente ou não dia 13, tido como dia aziago para os supersticiosos mas que também é o número do PT, e pelo visto de sua sorte, seria o seu dia ser cobrado pelo desabamento do RODOANEL, uma de suas grandes obras e que certamente será apresentada como trunfo administrativo na campanha eleitoral caso leve adiante sua candidatura.

Agora é a turma do PT que vai à forra, claro que sem o mesmo apoio e destaque que a mídia deu ao apagão, falando em CPI e pedindo explicações sobre a quase tragédia que por sorte não ceifou muitas vidas e que poderia sepultar a candidatura do governador à presidência, que já conta com outra em seu currículo que foi o desabamento das obras do Metrô, abrindo uma cratera de 100 metros que engoliu carros e casas. Não há dúvidas de que há muitas “falhas técnicas” nas grandes obras de José Serra que precisam ser esclarecidas.

Para concluir é bom lembrar que este apagão não teve as dimensões que os apagões do governo de Fernando Henrique Cardoso, principal cacique do PSDB. O de agora não ocorreu por “falta de energia” e sim por questões técnicas que, evidentemente, não se justificam. O de FHC por incompetência do governo do PSDB que não fez os investimentos necessários na área, mesmo conhecendo antecipadamente os riscos do apagão que causou enormes prejuízos à economia do país e à nação.

O apagão moral e ético dessa gente é que somente lhe permite enxergar o que lhe convém e melhor possa ser explorado politicamente contra os adversários, relegadas a nação e seus interesses para o lixo. Obras construídas dentro de padrões técnicos e com materiais de qualidade certamente não andam desabando.

Há algo de podre no reino do PSDB tanto quanto no do PT. Pena que o povo brasileiro em seu eterno apagão (este de ignorância) não enxergue.