18/01/2008

O VELHO E A MORTE

Cristina Fam
Um homem idoso, arqueado sob a fadiga dos anos e gemendo sob o peso de um fardo de lenha que carregava cansado e com os pés doloridos de caminhar pela longa estrada poeirenta, buscava chegar à sua cabana distante. Não suportando mais o peso da carga, deixou-a cair na beira da estrada, e lamentou seu destino cruel.
- Que prazer tive eu desde que pela primeira vez respirei neste triste mundo? Da alvorada ao crepúsculo tem sido trabalho duro e remuneração pequena! Em casa, tenho uma despensa vazia, uma esposa descontente e filhos desobedientes e preguiçosos. Ó Morte! Ó Morte! Venha livrar-me dos meus problemas.
De imediato o fantasmagórico Rei dos Horrores se pôs diante dele.
- O que desejas de mim? – indagou a Morte em tom cavernoso.
-Na-a-da – gaguejou o atemorizado camponês -, nada a não ser a sua ajuda para repor nos meus ombros esse monte de gravetos que eu deixei cair!


Do livro: O LIVRO DAS VIRTUDES II
O COMPASSO MORAL
WILLIAM J. BENNETT