16/01/2008

A VIDA É CURTA

Cristina Fam
A vida é curta e não se vive se não se sabe: pouco vale o que pouco custa. Pode-se entender alguém que prefira ser medíocre numa função mais alta? Poucas são as pessoas que não têm uma falha moral ou um defeito natural, os homens deixam-se dominar pelos defeitos. César soube cobrir sua calvície de louros. “Premiar a natural deselegância”.
Todos os homens idolatram algo: o afeto ou o dinheiro – e a maioria, o prazer. Conhecer a fraqueza de cada um é ter a chave da vontade alheia. No mundo há mais desordenado que disciplinados, a quantidade sozinha nunca pôde ir além da mediocridade, porque não se destacam em nada.
Como camaleões da popularidade, pois seu prazer está na respiração da multidão. Vulgar no entendimento, porque os ignorantes ficam impressionados com qualquer coisa: multidão admira a tolice comum e rejeita o honesto. É preciso estar sempre do lado da razão com tal firmeza que nem a paixão do povo nem a violência tirânica façam com que se desvie dela. Quem será, porém, este ser íntegro? As pessoas íntegras não se importam de opor-se à amizade, ao poder e à própria conveniência. É melhor conhecer os desonestos para evitá-los.