08/11/2008

PORTAL JV - DIVULGANDO A CULTURA DA BAHIA
Nazaré comemora 159 anos de emancipação
Distante a 223km de Salvador ou a apenas 58km do ferry-boat, está localizada a cidade de Nazaré, mais conhecida como Nazaré das Farinhas, município que recebeu essa denominação por já ter sido a principal produtora de farinha da Bahia, importando para as principais capitais do País.

O município comemora 159 anos de emancipação política investindo no turismo religioso através da criação da via-sacra, que possui 1.200 metros de extensão com 32 estátuas erguidas em ferro, revestidas com cimento.

Com um investimento de R$380 mil a estação reproduz a passagem bíblica da crucificação de Jesus Cristo desde que foi condenado, crucificado, morto e sepultado, tendo como atrativo a sonorização da oração Ave Maria sendo tocada sempre às 12 e 18 horas. O município busca agora ser reconhecida como uma atração religiosa no Recôncavo, com prática de romaria, visitas e peregrinações ao parque e para isso, busca parcerias com Igreja Católica através das Dioceses e empresas de turismo.

Porém Nazaré possui outros atrativos de interesse turístico primando pelo conhecimento histórico e cultural. A cidade construiu ao longo de sua história importantes edificações em estilo colonial como a Igreja da Matriz de Nossa Senhora de Nazaré, criada em 1649 e levou aproximadamente 100 anos para ser construída e a Capela Nossa Senhora da Conceição, datada de 1742, ambos tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Há ainda o Cine Rio Branco construído em 1927 sendo considerado o mais antigo cinema da América Latina em funcionamento, reinaugurado no ano 2000 por financiamento próprio do jogador de futebol Vampeta, um dos ilustres filhos da cidade. O cinema foi construído por Felisberto Ribeiro Soares que mandou construir o edifício em estilo art nouveau, sendo um dos poucos existentes no Nordeste do país.

Nazaré possui ainda a Estação Ferroviária Alexandre Bittencourt, por onde passava o trem Maria Fumaça onde atualmente funciona a praça da estação, também conhecida como Praça da Bíblia. O município conta ainda importantes engenhos de açúcar que possuiu importante papel na economia do município e foi considerado um dos principais fornecedores de alimento para a capital do estado durante muitos anos. Nazaré foi, portanto, uma das mais ricas e tradicionais cidades da Bahia, perdendo sua força econômica três gerações após o enriquecimento através da cana – de – açúcar que aconteceu no século XVI.

A cidade que cresceu às margens do Rio Jaguaripe foi considerada uma das mais importantes produtoras de mandioca no Brasil, tão importante que seu nome passou a ser associado ao produto, ficando conhecida atualmente como Nazaré das Farinhas. A farinha de copioba tornou então, a cidade uma das mais famosas da região do Recôncavo Baiano, e foi ela a responsável pela criação de um entreposto comercial no município.

Nazaré possui ainda a mais tradicional feira de artesanato do Estado, a Feira do Caxixis, considerada atualmente o maior produtor de cerâmica da Bahia, produtos que saem do distrito de Maragojipinho. Realizada há mais de 100 anos, os oleiros comercializam objetos de barro, peças utilitárias e de decoração em cerâmica. A cidade é também um rico pólo culinário, com iguarias deliciosas, a exemplo da moqueca de maturi (castanha de caju verde) e o escaldado de pitu. Artesãos de muzuás (artefatos para pesca), tricô e o crochê também se destacam dentro da cultura local. Dentre as manifestações populares mais admiradas estão o samba de roda, capoeira, maculelê, ternos de reis e bumba meu boi.

Para quem gosta de natureza, o atrativo é conhecer a Cachoeira do Roncador que forma uma queda d’água com corredeiras, cascatas propícias para banho e um grande poço natural. Para os aventureiros de plantão, o ideal é fazer uma trilha que leva a um refúgio privativo. Uma visita que não pode faltar é no Morro do Silêncio, um mirante natural onde é possível ter vista de toda a área urbana e rural da cidade.

O povoado deu origem a cidade de Nazaré no final do século XVI e recebeu esse nome por ser erguida em torno a uma capela de Nossa Senhora de Nazaré, localizada em um antigo engenho de cana-de-açúcar. Em 1849 ela foi emancipada e desmembrada da região de Jaguaripe. Em 1785 foi instituída a Irmandade de Nossa Senhora de Nazaré e elevada a categoria de Vila.
Em 10 de novembro de 1849 a Resolução Provincial nº 368 elevou a sede da vila a categoria de cidade, sendo denominada como Nazaré.