SEMANA VAUTHIER NO BRASIL
Cristina FamO engenheiro francês projetou a primeira ponte pênsil da América do Sul, no fim da Avenida Caxangá, derrubada na cheia do Rio Capibaribe de 1969.
Fonte internet: Gilberto Freyre escreveu um livro, intitulado Um engenheiro francês no Brasil, que foi publicado pela editora José Olympio, em 1940. Nesse livro, o escritor e sociólogo resgatava, para a memória do país, um personagem da história pernambucana que tinha nascido na França, ficado famoso no Brasil, mas que em torno do seu nome havia o esquecimento dos pósteros, àquela época. Seu nome: Louis Léger Vauthier.
Fonte internet: Gilberto Freyre escreveu um livro, intitulado Um engenheiro francês no Brasil, que foi publicado pela editora José Olympio, em 1940. Nesse livro, o escritor e sociólogo resgatava, para a memória do país, um personagem da história pernambucana que tinha nascido na França, ficado famoso no Brasil, mas que em torno do seu nome havia o esquecimento dos pósteros, àquela época. Seu nome: Louis Léger Vauthier.
Mais do que, apenas, trazer do velho mundo novas técnicas da engenharia, Vauthier trouxe para o Brasil, da década de 1840, as idéias socialistas, que ainda não eram as de Karl Marx, pois, naquele período, frutificavam os socialismos utópicos, de Fourier e Saint Simon, por exemplo. Porém, eram idéias novas, naquele tempo. Idéias socialistas, que tanto impressionaram muitos intelectuais da província, como o jornalista Antonio Pedro de Figueiredo, o Cousin Fosco, como era apelidado, que redigiu a famosa revista O Progresso. Izabel Marson, historiadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e especialista da Revolução Pernambucana de 1848, a Praieira, cita com freqüência, em suas obras, a relação de amizade entre o jornalista e o engenheiro.
Vauthier tinha vindo ao Brasil por convite do governador da província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, o conde da Boa Vista, um conservador, porém fez mais amizade entre os liberais e republicanos, ligados ao Diário Novo, jornal que fazia oposição ao governo Rego Barros (e ao periódico Diário de Pernambuco - o “Diário Velho” -, partidário do Conde da Boa Vista), e que ficava instalado no Recife, na rua da Praia. Daí a denominação de praieira à revolução tentada pelos liberais, que foi abortada pelos conservadores, ou guabirus, como eles eram chamados à época. Pois bem, Vauthier no meio desta revolução, ficou entre quem o havia contratado para projetar pontes, estradas e o famoso Teatro de Santa Isabel (que só ficaria pronto em 1850, depois da partida do engenheiro para o seu país de origem), o Conde da Boa Vista, e entre os esquerdistas daquele período, como o republicano Borges da Fonseca e o liberal Nunes Machado, morto quando do estopim da Revolução.
Vauthier tinha vindo ao Brasil por convite do governador da província de Pernambuco, Francisco do Rego Barros, o conde da Boa Vista, um conservador, porém fez mais amizade entre os liberais e republicanos, ligados ao Diário Novo, jornal que fazia oposição ao governo Rego Barros (e ao periódico Diário de Pernambuco - o “Diário Velho” -, partidário do Conde da Boa Vista), e que ficava instalado no Recife, na rua da Praia. Daí a denominação de praieira à revolução tentada pelos liberais, que foi abortada pelos conservadores, ou guabirus, como eles eram chamados à época. Pois bem, Vauthier no meio desta revolução, ficou entre quem o havia contratado para projetar pontes, estradas e o famoso Teatro de Santa Isabel (que só ficaria pronto em 1850, depois da partida do engenheiro para o seu país de origem), o Conde da Boa Vista, e entre os esquerdistas daquele período, como o republicano Borges da Fonseca e o liberal Nunes Machado, morto quando do estopim da Revolução.
A participação do engenheiro francês nos acontecimentos que precipitaram o movimento revolucionário de 48 em Pernambuco é, de fato, a maior importância dele para a história do Brasil. A pesquisadora da Fundaj, Lúcia Gaspar, diz, num texto de sua autoria, que o engenheiro “durante a sua estada em Pernambuco, sofreu muitas acusações, entre as quais a de improbidade, desmandos e perseguições”. E que, “muitos desses ataques foram reflexos da campanha política contra Francisco do Rego Barros, responsável por sua vinda”. Tudo isto, por Vauthier ter ficado no meio do fogo cerrado entre liberais e conservadores e, também, por sua polêmica atuação à frente da Repartição de Obras Públicas de Pernambuco, de 1840 a 1846, o que antecipou sua volta para a França nesse mesmo ano.
Contudo, a importância do Brasil e de Pernambuco para Vauthier era tão grande, que este escreveu um diário, intitulado Diário íntimo do engenheiro Vauthier, 1840-1844, publicado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que foi recuperado por Gilberto Freyre, e reproduzido parte dele (alguns trechos) também na revista Contraponto, Recife, ano 5, n.12, edição comemorativa ao centenário do Teatro de Santa Isabel, segundo Lúcia Gaspar
Portanto, as relações França-Brasil, que estão sendo estreitadas desde o século XIX, por entre outras histórias, a desse engenheiro francês no Brasil, se solidificam no presente, com o Ano da França no Brasil, em 2009. Vários eventos foram executados durante o ano e serão realizados outros, até 15 de novembro, como o "Colóquio Pontes & Idéias – Louis Léger Vauthier, engenheiro francês no Brasil", que a Fundaj, junto a parceiros, promove, de 19 a 22 de outubro, no Recife, com exposição, seminário, lançamento de livros e um concerto no Teatro de Santa Isabel. Tudo para estreitar, ainda mais, os laços de amizade entre a França e o Brasil.
Arthur Pedro é jornalista da Assessoria de Comunicação Social da Fundação Joaquim Nabuco.