31/07/2014

Entidade solicita ao prefeito Anilton proibição de vaquejadas em Paulo Afonso
Fonte: redacao@ozildoalves.com.br
Crédito: Divulgação

Veja o conteúdo da 'Petição Pública' assinada por Stephanie Simões Afan Rocha, presidente da ARDAP- Paulo Afonso:
Os cidadãos abaixo-assinados, brasileiros, residentes em Paulo Afonso – Bahia, solicitam de Vossa Excelência Anilton Bastos , a Proibição de utilização em atividade recreativa-competitiva de animais no Município de Paulo Afonso, pois é flagrante o sofrimento imposto a eles quando utilizados em eventos em vaquejadas.

Nas vaquejadas dois vaqueiros correm a galope, cercando um animal em fuga, que tem sua cauda tracionada e torcida para que tombe ao chão.

A cauda dos animais é composta, em sua estrutura óssea, por uma seqüência de vértebras, chamadas coccígeas ou caudais, que se articulam umas com as outras. Nesse gesto brusco de tracionar violentamente o animal pelo rabo, é muito provável que disto resulte luxação das vértebras, ou seja, perda da condição anatômica de contato de uma com a outra. Com essa ocorrência, existe a ruptura de ligamentos e de vasos sangüíneos, portanto, estabelecendo-se lesões traumáticas. Não deve ser rara a desinserção (arrancamento) da cauda, de sua conexão com o tronco. Como a porção caudal da coluna vertebral representa continuação dos outros segmentos da coluna vertebral, particularmente na região sacral, afecções que ocorrem primeiramente nas vértebras caudais podem repercutir mais para frente, comprometendo inclusive a medula espinhal que se acha contida dentro do canal vertebral. Esses processos patológicos são muito dolorosos, dada a conexão da medula espinhal com as raízes dos nervos espinhais, por onde trafegam inclusive os estímulos nociceptivos (causadores de dor). Voltamos a repetir que além de dor física, os animais submetidos a esses procedimentos vivenciam sofrimento mental.

Abusos também ocorrem antes de o animal ser solto na arena. Para que o bovino, manso e vagaroso, adentre a arena em fuga, o animal é confinado em um pequeno cercado, onde é atormentado, encurralado, espancado com pedaços de madeira, e submetido a vigorosas e sucessivas trações de cauda.

Apesar da vaquejada ser apresentada como manifestação cultural arraigada de elementos históricos e sociais, hoje não mais se verifica como aceitável perante a ordem jurídica em virtude dos maus tratos submetidos aos animais, constituindo em crime com base no art. 32 de Lei Federal nº. 9.605/98.

Deve-se lutar contra este massacre, demostrando a evolução do ser humano e o repúdio ao sofrimento alheio como diversão. A alegação de "tradição" regional de um local não pode assegurar o direito de tortura aos animais. "Tortura não é cultura": é crime"!

Nossa cidade possui muitas belezas naturais, talentos para se firmar sem ter de prestigiar esses tipos de eventos que envolvem crueldade e maus-tratos, que provocam protestos de muitos. Paulo Afonso deve realizar suas festas e festejos com entretenimentos saudáveis que não imponham ou provoquem sofrimento aos indefesos animais, inclusive o uso de fogos de artifício e uso de equipamentos sonoros que causem dor e martírio a estes animais.

Por todo o exposto, verifica-se nas vaquejadas um completo desrespeito pelos animais, o que afronta o disposto no art. 225, § 1º, VII, da Constituição Federal, além de demais leis ou atos legais de caráter ambiental e incentivo a diversão pelo divertimento de seres vivos. Dessa forma, são práticas ilegais e inconstitucionais, realizadas sob o falso véu de manifestações das culturas populares, devendo ser coibidas com rigor pelo Poder Público e pela coletividade.

E, como tal, a sociedade civil Paulafonsina chocada com tamanhas demonstrações de crueldade anualmente, cometidas a título de "entretenimento" ou "tradição regional", unem-se para o fim sumário deste evento, cujo único verdadeiro "benefício" tem sido a geração de dinheiro aos seus patrocinadores.

Na certeza de termos nosso pleito atendido, encaminhamos este abaixo assinada em folhas numeradas e assinadas por vários cidadãos, em duas vias a serem protocoladas em seu Gabinete.

Nomeamos o Sra. Stephanie Simões Afan Rocha, presidente da ARDAP, como nossa representante, caso sejam necessárias maiores informações.

"A grandeza de uma Nação pode ser medida pelo modo como seus animais são tratados." (Mahatma Gandhi)

Link  para assinaturas da Petição Pública (Abaixo Assinado)