14/09/2014

O VOTO
Texto: Espedito Lima

 Crédito: Divulgação

E lá vão eles (CANDIDATOS). Param aqui e acolá: abraçam um (a), abraçam outro (a), crianças, adolescentes, idosos; falam no chão, em cima de carro, de carroça, em palanque, etc

Prometem, criticam, falam mal, choram, mentem, elogiam e por aí vai, ou melhor, vão.

E lá vão eles (ELEITORES), atrás deles (CANDIDATOS). Aplaudindo, pedindo, esperando doações dos doados, esperançosos, desiludidos, xingando, sorrindo, cantando, dançando.

E lá vão eles (CANDIDATOS). Desarmados, investindo no claro e no escuro, implorando, explorando, mendigando, discutindo, se unindo, se separando, rompendo, negociando.

E lá vão eles (ELEITORES). Literal e fortemente armados, mas não sabem, não aprenderam e nem querem aprender a manusear sua arma e, quando involuntariamente pensam em usá-la, o projétil termina voltando para si mesmos. Esta arma é o (VOTO). Uma escopeta, rifle, metralhadora, míssil. E a guerra é vencida por aqueles que deveriam ser derrubados, destruídos completamente. Mas a arma torna-se obsoleta e incapaz de ver, quanto mais atingir o alvo. O que sai dela vai e volta como um ébrio que se esqueceu do caminho de sua própria residência.

Tristes “mentes”; que tanta inteligência sem sabedoria, uma mera mercadoria, um objeto qualquer, um branco no escuro e o escuro no marrom misturado com cinza. É a ciência da inconseqüência, o descalabro dum comportamento vil. Que tanta inerciedade.

Até quando?

Como exigir, como reclamar? 

Haja insensibilidade; que quanta ignorância letal. Abramos os olhos, destapemos os ouvidos e saibamos usar os dedos para digitarmos as letras da verdadeira independência; façamos da urna uma ratoeira que pode liquidar os ratos e varramos o terreiro para recebermos bem os que se propõe a vestirem-se com tecidos de linho fino e embranquecidos.

Lavemos nós mesmos e enxuguemos nossas mãos, fazendo sair delas o sangue da nossa culpa e o pesadelo da incoerência, que nos leva ao princípio do suicídio cívico, patriótico e democrático. Sejamos os tutelares de nós mesmos e lutemos pela conquista de uma vitória soberana, presente, progressista e futurista.

Sejamos o real e legítimo VOTO e saibamos VOTAR. Não o DESTRUAMOS. A validade dele é de 04 (quatro) anos, se lembre.