08/09/2014

A PÁTRIA
Texto: Espedito Lima

 Crédito: Divulgação
Foto: facebook

A Pátria é uma nação, um país, uma terra, um povo, uma gente, um pai e uma mãe, um município e um estado. É o suspiro de cada um de seus habitantes, o berço que acomoda novos e velhos, ricos e pobres, pretos, brancos, religiosos ou não.

É a casa que hospeda grandes e pequenos, os de dentro e os de fora, mansos e bravos, ignorantes e inteligentes, analfabetos e sábios. É uma árvore que agasalha seus próprios frutos, flores, galhos, caule e raiz; sol, lua, estrelas, noites e dias, mar e rios.

É o sentimento que arde nas veias do seu patriotismo e a esperança que alcança o brio da conquista que sacode as estruturas do seu civismo. É o canto soprado pelos lábios dos que ostentam a virtude de sua alegria, a fartura dos que colhem no seu campo e as auroras que bailam suas madrugadas, como se estivessem num teatro que aplaude seus atores, exibindo seus dramas, suas peças.

É o ontem tempo que passou com lutas severas e disputas por coroas, império e reinado, por um João e por um Pedro, sexto, segundo e primeiro. Ela é o mês de abril, o ano de quinhentos mais mil, um Porto bem distante, bem longe, um escudo verdejante, alto, esbelto, elegante, imponente, cheio de orgulho, forte e seguro. 

É o manto que cobre e envolve a mansidão do seu viver, a riqueza de sua história, a exuberância de sua extensão, o solo prateado que por ela se arrasta durante as quatro estações. Ela é o Amazonas com sua densa floresta, o sul com os seus pampas, o sudeste com suas indústrias, o centro-oeste com seu pantanal e o nordeste com sua dourada paisagem costeira, banhada por um mar incolor.

É a Vera que se mostra aos pés da Cruz e a Cabrália que para muitos és santa, o Pascoal avistado como um pássaro, cuja visão empolgou o português, batizado em suas terras com o nome de Cabral. A essência suntuosa dos seus símbolos, a exemplo de brasões e bandeiras, que são expostos e içados sobre um solo fértil e varonil num país gigante e chamado Brasil.

É a patente de seus coronéis, o chicote de seus patrões; seu ouro, seu café, sua cana, suas aves, seus papagaios, seus índios e escravos, sesmarias, engenhos, senzalas, quilombos e quilombolas; o sete de setembro, seu grandioso dia, do seu Ipiranga que cheio de eloquência, pompa, honra e glória, dignificou e celebrou sua independência.