Jeremoabo está entre os 5 primeiros municípios da BA em número de casos de Dengue; 569
Fonte:ozildoalves
A Bahia reflete um drama comum em
vários outros estados: este ano, até o dia 24 de abril, foram notificados em
território baiano 20.813 casos de dengue. Um aumento de 153% em relação ao
mesmo período de 2014, quando houve 8.241 registros, segundo a Secretaria da
Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
O estado
da Bahia está entre os dez primeiros com maior número absoluto de casos da
doença de 1º de janeiro a 18 de abril, segundo dados divulgados ontem pelo
Ministério da Saúde. Ocupa o 8º lugar, com 20.746 ocorrências neste período.
Índice regional
Dos 417
municípios baianos, 286 (68,6%) notificaram a doença por meio dos sistemas de
informação da Vigilância Epidemiológica. Itabuna se destaca, com 4.280
notificações. Ilhéus registrou 3.629; Jequié, 1.508; Salvador, 880; Ibicaraí,
592; Jeremoabo, 569; Buerarema, 470; Simões Filho, 406;
Macaúbas, 398, e Feira de Santana, com 396. Esses dez municípios concentram
63,1% dos casos.
Este ano, já foram confirmados no estado cinco casos de dengue com
sinais de alarme e três casos de dengue grave. Destes, duas mortes foram
registradas, sendo uma em Feira de Santana e outra em Salvador. Segundo a
coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesab, Jesuína Castro, o aumento
das notificações está relacionado a "fragilidade" nas visitas de
agentes de endemia nos municípios.
Ineficiência
"Um dos problemas para o controle é a falta de visitas dos
agentes e a qualidade das que são feitas.
Essas visitas são de competência de cada
município. Tem agente que pergunta ao morador: 'Tem dengue aí?'. Não pode ser
assim. Há uma técnica de visita definida para achar o criadouro do
mosquito".
A coordenadora diz também que outro aspecto influenciou no
aumento: o vírus dengue 1 (há quatro tipos de vírus) voltou a circular. "O
vírus dengue 1 não estava circulando com essa força desde 2010 e, em 2015,
voltou a aparecer com força total", acrescentou.
O período de maior transmissão ocorre no verão, quando as
condições climáticas contribuem para a reprodução do mosquito. "Estamos no
final desse período de maior transmissão. No entanto, na região metropolitana,
Recôncavo e em Salvador esse período vai até junho porque há mais sol, com
clima quente", frisou.
Uma possível subnotificação em 2014 também foi apontada como causa
do aumento. Segundo Jesuína, com a chikungunya, o alerta estadual foi maior, o
que teria aumentado o número de notificações. "Houve também uma
banalização da dengue. As pessoas pensam: 'Já sei o que é' e não vão ao médico.
Mas é importante ir, até para ajudar a termos um mapeamento fidedigno da
situação".
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, a primeira manifestação da doença é
febre alta, de 39° a 40°, e que geralmente dura de dois a sete dias. O sintoma
costuma vir acompanhado de dores na cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas
articulações, prostração, fraqueza, erupção e prurido cutâneo.
São comuns também perda de peso, náuseas e vômitos. Quando a febre
começa a diminuir, entre o 3º e 7º dia, pode ocorrer a recuperação ou cura da
doença. No entanto, em alguns casos, o quadro pode evoluir para formas graves.
Esta situação pode ser diagnosticada quando aparecem sinais de alarme, como dor
abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas,
entre outros. A orientação é que o paciente procure o serviço de saúde mais
próximo e evite a automedicação.