14/05/2015

Ricardo Pessoa, chefe do cartel e novo homem-bomba, assina delação premiada; o Planalto está em pânico

Fonte:interiordabahia
Ricardo Pessoa sendo levado para a prisão em Curitiba-PR
Após negociações que se arrastam desde janeiro, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e da Constran, assina hoje em Brasília o mais esperado acordo de delação da Operação Lava Jato.
Pessoa é o primeiro dono de empreiteira a assinar esse tipo de acordo para ter uma pena menor. Até agora, os delatores mais graduados da Lava Jato eram dois executivos da Camargo Corrêa, que ocupavam a presidência e a vice-presidência da empreiteira, mas foram afastados.

O grupo UTC-Constran tem 29 mil funcionários e faturou R$ 5 bilhões no ano passado. Além de prometer revelar o que sabe, Pessoa vai pagar uma multa, cujo valor nas últimas conversas com procuradores era de R$ 55 milhões.

O empresário é acusado por delatores de chefiar um grupo de empreiteiras que se reuniam para discutir quem ficaria com obras da Petrobras, o que pode caracterizar cartel.

O acordo será assinado na Procuradoria-Geral da República porque Pessoa citou uma série de parlamentares, que só podem ser processados pelo STF, e porque as conversas com a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba fracassaram.

Como havia interesse para que Pessoa revelasse o que sabe, o procurador-geral Rodrigo Janot indicou homens de sua extrema confiança para prosseguir com as conversas. A tática deu certo.

Campanha de Dilma
Pessoa deve oficializar o que já narrou na fase de negociação. Ele contou, por exemplo, que doou R$ 7,5 milhões para a última campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) por temer retaliações do partido nos contratos que tinha com a Petrobras, conforme a Folha revelou no sábado (9).

Segundo Pessoa, a doação foi acertada com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro da Secretaria de Comunicação Social – ele e o PT disseram que todas as doações ao partido seguiram a lei eleitoral.

O empresário também contou que pagou propina para conseguir o contrato da obra da usina nuclear de Angra 3.

 (Folha de São Paulo).