Ricardo Pessoa,
chefe do cartel e novo homem-bomba, assina delação premiada; o Planalto está em
pânico
Fonte:interiordabahia
Ricardo Pessoa sendo levado para a prisão em Curitiba-PR
Após negociações que se arrastam desde janeiro, o empresário Ricardo
Pessoa, dono da UTC e da Constran, assina hoje em Brasília o mais esperado
acordo de delação da Operação Lava Jato.
Pessoa é o
primeiro dono de empreiteira a assinar esse tipo de acordo para ter uma pena
menor. Até agora, os delatores mais graduados da Lava Jato eram dois executivos
da Camargo Corrêa, que ocupavam a presidência e a vice-presidência da
empreiteira, mas foram afastados.
O grupo
UTC-Constran tem 29 mil funcionários e faturou R$ 5 bilhões no ano passado.
Além de prometer revelar o que sabe, Pessoa vai pagar uma multa, cujo valor nas
últimas conversas com procuradores era de R$ 55 milhões.
O empresário é
acusado por delatores de chefiar um grupo de empreiteiras que se reuniam para
discutir quem ficaria com obras da Petrobras, o que pode caracterizar cartel.
O acordo será
assinado na Procuradoria-Geral da República porque Pessoa citou uma série de
parlamentares, que só podem ser processados pelo STF, e porque as conversas com
a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba fracassaram.
Como havia
interesse para que Pessoa revelasse o que sabe, o procurador-geral Rodrigo
Janot indicou homens de sua extrema confiança para prosseguir com as conversas.
A tática deu certo.
Campanha
de Dilma
Pessoa deve
oficializar o que já narrou na fase de negociação. Ele contou, por exemplo, que
doou R$ 7,5 milhões para a última campanha da presidente Dilma Rousseff (PT)
por temer retaliações do partido nos contratos que tinha com a Petrobras,
conforme a Folha revelou no sábado (9).
Segundo
Pessoa, a doação foi acertada com Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma
e atual ministro da Secretaria de Comunicação Social – ele e o PT disseram que
todas as doações ao partido seguiram a lei eleitoral.
O empresário
também contou que pagou propina para conseguir o contrato da obra da usina
nuclear de Angra 3.
(Folha de São Paulo).