Engenheiro garante que Complexo de Paulo Afonso é seguro e foi projetado para “suportar grandes cheias”
Por Redação (pa4.com.br)
- Publicado em 16/01/2022
- às 22:05
Por Carlos Alberto de Souza (Epidauro Pamplona) – Professor e advogado.
Recentemente, as chuvas caudalosas que avolumaram sobremaneira o rio São Francisco causaram a reabertura das comportas do complexo hidroelétrico da CHESF, ora em visitação pública, retratando novamente um dos mais belos espetáculos da natureza com suas quedas d’águas que, categoricamente, elevam os olhos de quem as contempla a um puro prazer celestial. As fotos do exímio fotógrafo Mário Roberto, em anexo, falam per si e, no senso comum, valem mais que mil palavras.
Todavia, as chuvas torrenciais que chegaram antes das “águas de março” em vários estados do Brasil trouxeram grande devastação ambiental, destruição de inúmeras cidades, mortes de centenas de pessoas e sequelas imensuráveis econômicas, psicossomáticas e irreparáveis para os sobreviventes e seus familiares, além do pânico generalizado nos ribeirinhos fluviais. Em Paulo Afonso, ilhada e abaixo do nível das águas do “Velho Chico”, apreensão e medo ainda persistem em seus munícipes e as ‘Fake News’ propagadas por alguns apedeutas corroboram, infelizmente, para insuflar especulações estapafúrdias na população.
Mas, segundo o engenheiro Francisco de Souza, popularmente conhecido por “Dr. Chico do Concreto”, em seu livro, Memórias de um Pioneiro, (Ideia – João Pessoa – 2017), p. 64 a 66, “o sistema hidráulico de Paulo Afonso foi projetado para suportar uma vazão de 33.000 metros cúbicos por segundo, para o caso de haver uma cheia decamilenar (maior cheia no período de dez mil anos).
Com o surgimento da usina PA IV, foi construído um vertedouro com condições de extravasar mais 7.000 metros cúbicos por segundo. Com isso, a vazão do sistema hidráulico como um todo foi ampliada, ficando com capacidade de resolver eventuais problemas provocados por grandes cheias”. O maior volume d’água observado pelo escritor/engenheiro ao serpentear pelo Cannyon do rio foi de 14.000 metros cúbicos por segundo, em 1979.
Neste contexto, a melhor maneira de agradecer pela beleza e segurança desta maravilhosa e inesquecível Cachoeira de Paulo Afonso, é, indubitavelmente, apreciá-la plenamente!