Antônio Vicente Mendes Maciel: O Conselheiro “O Profeta de Belo Monte 195 Anos”
Fonte: JV PORTAL /
JEREMOABO TV
RP: 9291/BA
Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro, foi um dos personagens mais marcantes da história do Brasil no século XIX. Nascido em 13 de março de 1830, na cidade de Quixeramobim, no Ceará, ele se tornou um líder religioso e social, conhecido por suas pregações e pela fundação da comunidade de Belo Monte, mais tarde conhecida como Canudos, no sertão da Bahia.
Homem de fé e de forte espírito missionário, Conselheiro caminhou por diversas cidades nordestinas, pregando uma mensagem de justiça social e resistência contra a opressão do governo republicano. Ele atraía multidões, especialmente os mais pobres e marginalizados, que encontravam em suas palavras a esperança de um mundo mais justo e igualitário.
Em 1893, fundou Belo Monte, uma comunidade autossuficiente baseada em princípios religiosos e coletivistas, onde não havia propriedade privada, e todos compartilhavam o que produziam. Esse modelo de vida, aliado à recusa em pagar impostos ao governo republicano, despertou a ira das autoridades, que viam Canudos como uma ameaça.
O conflito entre o governo e os seguidores de Antônio Conselheiro culminou na Guerra de Canudos (1896-1897), um dos episódios mais sangrentos da história do Brasil. Após sucessivas investidas militares fracassadas, o Exército brasileiro enviou uma grande força para destruir a comunidade. Canudos resistiu bravamente, mas foi brutalmente massacrada. Antônio Conselheiro morreu pouco antes da queda definitiva do arraial, em 22 de setembro de 1897.
Sua história permanece viva na memória do povo sertanejo e na literatura brasileira, especialmente na obra Os Sertões, de Euclides da Cunha. Antônio Conselheiro foi mais do que um líder religioso: foi um símbolo de resistência popular contra a injustiça e o abandono do sertão pelo governo. Seu legado ainda ecoa como um chamado à reflexão sobre as desigualdades sociais e o poder da fé na luta por um mundo melhor.