12/09/2008

Nada
Cristina Fam
Passou da hora, abafado, fala aos seus suplicando o abandono, carrasco do próprio tempo, longe vem um grito alucinado, desesperado, esforço exagerado para manter a mentira de pé, passa das horas, desobediência extrapolada. O nada das coisas pisa agora em terreno minado, faz pouco tempo, ameaçou o simples, agitou os ventos, voltou ao solo sagrado que profanastes. O velho, a mulher e o menino, temeram a audácia dos quatro maiores, buscava o pior, encontro-os desarmados, pareceu mais fácil, enganados seguiram com suas consciências.
O desconforto do mundo sufoca a razão dolorosa. Reza alto para que Deus escute, o simples implorou justiça no coração sangrado, dedo em riste tirou do homem a dignidade, parece nada, mas, foi o tudo das coisas.

Procura alguém para confiar à dor, solidão, pesar, grita em desespero ímpar. Todavia, não pode recuar, somos rei, meus súditos e eu, nada temos, ainda, posso governar, mesmo que não seja verdade. A tarde cai junto à alma declina, sempre durante a noite vem o ânimo, é coisa impossível, o poder desfaz a razão. Alguém grita – ele é, mas onde? Durante o caminho da papelada em nenhum momento o bilhete foi afirmado ainda que tarde não seja. Não se sabe onde está o alvo, as bombas pipocam, mas e daí? Tiro só faz barulho, a música abafa a verdade, o medo é horripilante. Os habitantes pedem socorro.



A gargalhada do avô, zombeteiro, parou de vez, quem pôde ouvir entendeu a tragédia. Seguindo as ordens, embrulhado no saco, igual a gato para ser jogada na serra brincadeira de criança fica no passado. Coloque o saco no chão, retire tudo de dentro, eis, seu tesouro; mais adiante à mala será assaltada pelo tempo, nada restará somente à dor demasiada. Descobrir o momento exato é algo saudável, desconhecedor das coisas, espera encontrar solução mágica. Alimentados, estão irritados com as marcas, devaneio, bruxismo noturno, maltrata o paladar, nada tem haver com o tempo, entretanto, pagarão seu preço em tempo hábil. Foge depressa.

As coisas que estão ocultas virão à tona. O movimento em curso atravessa o tempo sem contagem; ontem, hoje ou amanhã tanto faz acertar o relógio em sentido contrário nada danificará a peça, já, desejo atrasado é remorso dolorido. Explicação desnecessária bota resultado na trilha do inconsciente reflete no jogo do momento, receita é coisa para alquimistas, sem os verdadeiros dotes e ingredientes jamais aventurar-se na ciência. Contra veneno moral é assunto para filosofo, o homem rude desconhece o entendimento.



Restaram pouco ou nada, muitas noites e a vida deles seria muito diferente de hoje. A gargalhada é praticada nos mundos visitados, previsões na hora certa, pontualidade.
É muito difícil imaginar uma cena de desordem e miséria! O caos nada no infinito tudo proporcional, doentes e feridos – magoados e constrangidos - sem orientação seguem comandados sem forças... “Gostaria de fazer bem na cidade, mas, tantas responsabilidades na vida pessoal, acudir a família que é numerosa, primeiro os meus se sobrar os teus, falta sentido à vida, aventuras espirituais – mudando a paz verdadeira e encontrando satisfação pessoal, não haverá felicidade.