09/03/2010

QUARESMA, TEMPO DE GRAÇA E CONVERSÃO

“Convertei-vos, e crede no Evangelho” (Mc 1. 15)
Texto: Francisco Melo
Francisco Assis Melo
Min. e Missionário Católico
Com esta exortação de Jesus, renovada durante a celebração da quarta feira de cinzas, a Igreja iniciou o Tempo da Quaresma que se estende à quarta feira da Semana Santa. Este período de quarenta dias é todo ele voltado à preparação dos cristãos para a grande festa da Páscoa da Ressurreição de Jesus.

É um tempo de graça no qual somos chamados a reviver a dinâmica do batismo, prefigurando em nossa vida a ressurreição em Jesus, fazendo morrer em nós o homem velho para dar vida a um homem novo reconciliado com Deus e com os irmãos (Rm 6. 1-14). A liturgia da Igreja e as leituras deste tempo são no sentido de nos preparar para esse renascimento. E a partir da escuta da palavra e reflexão das mensagens do Evangelho, comparando-as com a nossa vida, levar-nos a assumir atitudes de transformação.

No entanto assumir atitudes de conversão não é fácil. Conversão implica em mudança radical de vida, rompimento com valores, práticas e conceitos aos quais estamos acostumados, em favor de uma nova postura moral e ética, à luz do Evangelho. Implica em abandonarmos o caminho largo dos prazeres, das facilidades e de uma cultura de morte, em direção à porta estreita que conduz a Jesus e à ressurreição. Em mexer com nossas estruturas.

O lema da Campanha da Fraternidade deste ano, “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”, nos lembra uma das dificuldade em aceitarmos o caminho oferecido por Jesus. A idolatria pelas riquezas e os prazeres que proporcionam nos fecham o coração ao entendimento de que o bem maior é Jesus. Cuidamos de ajuntar tesouros na terra onde a traça e a ferrugem corroem (Mt. 6, 19), pomos a confiança nos homens e nos afastamos da fonte de todo bem e toda a graça. (Jer. 17. 5).

Às vezes até, talvez por circunstâncias emocionais, aceitamos o convite e experimentamos uma “conversão” apenas passageira, de fachada. Para logo voltamos às velhas práticas de sempre porque não nos libertamos verdadeiramente de nossos apegos, não estamos determinados a transformar a nossa vida.
Derrubar as barreiras que nos afastam de Deus e da sua graça é o grande desafio que devemos fazer as nós mesmos e vencer. A oração e a penitência são os instrumentos que nos indica a Igreja para superarmos nossa dificuldade de conversão. Tenhamos, pois, coragem e determinação para rompermos as barreiras, e nesta Quaresma nos reconciliar com Deus para podermos participar da grande festa da Páscoa da Ressurreição.

Francisco Assis Melo
Min. e Missionário Católico